ARGENTINA: IGREJA QUER CANONIZAR PADRES VÍTIMAS DA DITADURA
Buenos Aires, 20 jul (RV) – A Igreja Católica na Argentina quer canonizar dois
sacerdotes assinados durante a ditadura, entre 1976 e 1983.
O anúncio
foi feito pelo Bispo da Diocese de La Rioja, no nordeste do país, Dom Roberto Rodríguez.
Os dois sacerdotes são o argentino Carlos de Dios Murias e o francês Gabriel Longueville,
sepultados no cemitério de El Chamical, a 150 km de La Rioja.
Os dois
sacerdotes foram levados no dia 18 de julho de 1976 da paróquia do Salvador, em El
Chamical. Seus corpos foram encontrados cravados de tiros, com os olhos vendados,
num terreno próximo à cidade. Padre Longueville, um dos 18 franceses assassinados
ou desaparecidos durante a ditadura argentina, fazia parte do Comitê Episcopal francês
para a América Latina e do Movimento dos Padres para o Terceiro Mundo.
Dom
Rodríguez anunciou que em 12 de dezembro apresentará o processo à Congregação das
Causas dos Santos.
A morte dos dois sacerdotes foi atribuída ao ex-chefe
Luciano Benjamin Menendez, que já foi três vezes condenado à prisão perpétua por crimes
contra a humanidade.
Segundo o Movimento Ecumênico para os Direitos
Humanos, 10 padres, dois seminaristas e cinco leigos foram assassinados durante a
ditadura, e outros 10 sacerdotes, quatro religiosos, sete seminaristas e 45 leigos
são considerados desaparecidos.
O número total dos desaparecidos na
Argentina é estimado em cerca de 30 mil. (BF)