2010-07-17 12:43:37

OS QUARENTA MÁRTIRES DO BRASIL


Cidade do Vaticano, 18 jul (RV) - Comemorou-se ontem o sacrifício de 40 homens em favor da fé católica. Trata-se do martírio dos jesuítas Inácio de Azevedo e seus companheiros, jogados ao mar, na região das Ilhas Canárias, pelo pirata calvinista Jacques Sourie.



Muitos se perguntarão o que existe de especial em uma comemoração religiosa de pessoas que morreram há 440 anos e são desconhecidos, excetuando nos países em que nasceram, até dentro do ambiente da própria Ordem a que pertenciam.



Exatamente por isso é importante falar do Beato Inácio de Azevedo e seus Companheiros neste dia em que costumamos escrever um editorial.



Costuma-se dizer que temos memória curta e que nos esquecemos de efemérides outrora comemoradas com grandes celebrações. Infelizmente a idéia de moda e a atração por novidades levam muitas pessoas a se esquecerem de fatos importantes para a vida. Não se vai ao passado por saudosismo ou por ufanismo, mas se vai ao passado para refletir o presente e projetar o futuro.



No caso de Inácio de Azevedo e seus Companheiros, cognominados os Quarenta Mártires do Brasil, é necessário uma ajuda especial àqueles que desconhecem a existência desses religiosos e sua saga em prol da evangelização de nossa Pátria.



Inácio de Azevedo, nomeado visitador do Brasil pelo Padre Geral Francisco de Borja, tinha como um de seus ofícios, conseguir meios humanos e materiais para a missão na Terra de Santa Cruz. Já conhecendo o país e suas necessidades, Inácio de Azevedo conseguiu ajuda material em Lisboa, amplas faculdades pastorais dadas pelo Papa Pio V.



Visitando casas e colégios da Companhia de Jesus, reuniu 73 jesuítas - sacerdotes, estudantes e irmãos – vários mecânicos e conhecedores de outros serviços. Ao todo 100 pessoas.



Para proteger esse grupo tão ilustre e generoso, Pe. Azevedo resolveu conduzi-lo para a Quinta de Val de Rosal, fora de Lisboa. Assim, ao mesmo tempo que o prepararia física e espiritualmente para a missão, o preservaria do contato com a peste que grassava na capital do reino. Foram 5 meses de preparação intensa.



Dia 5 de junho de 1570, as três naus com os jesuítas deixaram o Tejo rumo à Ilha da Madeira e, de lá, ao Novo Mundo.



Apesar do empenho de Inácio de Azevedo para que tudo corresse bem, os mercadores da nau São Tiago, onde viajavam Azevedo e 39 companheiros, pretenderam passar pelas Canárias, apesar da relutância do Governador do Brasil, Luís de Vasconcelos, que viajava na esquadra, e em um barco de guerra, preferiu permanecer na Madeira aguardando ventos favoráveis.



Contudo, antes de dar prosseguimento a ida às Canárias, pressentindo o perigo de tal mudança em região de corsários huguenotes, Pe. Azevedo fez questão de alertar os que estavam com ele, sobre a possibilidade de martírio. Ele queria voluntários da morte por Cristo e não forçados. Os poucos que hesitaram foram substituídos por outros jesuítas que estavam em outras naus.



Quando navegavam da Ilha Tazzacorte para a Ilha La Palma, surgiu a frota dos piratas.

Durante o assalto e já ferido, Inácio pronunciou a seguinte frase: “ Não choreis, filhos. Não chegaremos ao Brasil, mas fundaremos hoje, um colégio no céu.”



Humanamente foi uma catástrofe para a evangelização do Brasil, mas na fé, só poderemos reverenciar Deus todo Poderoso que escreve certo em linhas tortas e não pensa como homem.



Tendo sido beatificados pelo Papa Pio IX em 1854, aguardam, desde então, a ocasião de intercederem a Deus por um milagre, o que fará com que a Igreja os coloque no rol dos santos. Para isso, deveremos pedir suas intercessões quando nós ou alguma pessoa querida necessitar de algum milagre.



Trabalhando nesse sentido está o Pe. João Caniço, Vice-Postulador da Causa dos Mártires do Brasil. Esse padre jesuíta é português e, de Lisboa, divulga a devoção aos nossos primeiros mártires. Apesar de não terem chegado aqui como José de Anchieta e outros missionários, são nossos porque fizeram a opção de vir , viver e morrer no Brasil e deram suas vidas por causa de nossa evangelização, quando estavam a caminho.



Beatos Inácio de Azevedo e Companheiros, Mártires do Brasil, rogai pelo nosso Brasil, por seu povo, para que seja cada vez mais abençoado com a paz, com a fraternidade e vivência ética. RealAudioMP3

(CAS)








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