Juiz de Fora, 17 jul (RV) - “A coisa mais importante é ouvir a Palavra”. É
costume em todos os povos acolher alguém por amizade, atenção, interesse ou piedade.
A Palavra de Deus revela, porém, que todo peregrino acolhido é mais do que um amigo
ou um parente. O hóspede é uma presença divina e uma oportunidade de conversão. É
como se Jesus nos visitasse, pondo à nossa disposição a oportunidade de ouvi-lo e
servi-lo. Jesus não privilegia o esforço intelectual ou contemplativo em detrimento
do trabalho manual. No episódio de Marta e Maria, Ele mostra que não poderíamos viver
múltiplas vidas: uma vida material e outra espiritual, uma profissional e em outra
familiar... Temos uma única vida, uma só. Por isto, seja qual for a coisa que façamos,
onde quer que estejamos, devemos viver plenamente a única vida que nos foi dada.
Como
fiéis a Deus, devemos reconhecer que nada nos pode separar do amor incessante de Cristo
por nós. Devemos viver o momento presente e nele descobrir Deus e sua vontade. Dessa
maneira nos será revelada a realidade central de nossa luta cotidiana, mostrando-nos
a única coisa que pode dar unidade aos nossos dias, tão freqüentemente dispersos por
nossas dúvidas entre fazer isso e aquilo.
Nosso serviço deve consistir
em fazer a vontade de Deus: cada ato, por menor que seja revestido dessa luz, dá uma
dimensão de eternidade a tudo que fazemos. Marta e Maria não se contrapõem, elas se
esclarecem e se completam. A nossa atitude deve ser acolher a Palavra e deixar que
ela produza em cada um de nós uma transformação... Uma só coisa é necessária. Mas,
qual é essa coisa? Ouvir a Palavra de Jesus, que quer dizer também vivê-la.
Ao
celebrar a Santa Eucaristia, entramos na casa de Deus, e Jesus entra em nossa casa.
Nós nos sentamos aos pés do Mestre para escutar. E Ele nos diz: “Uma só coisa é necessária”,
ou seja, a única coisa que nos pede é que entremos em comunhão com Ele e seu projeto.