TURCOMENISTÃO: IGREJA CATÓLICA RECONHECIDA PELO GOVERNO
Ashkhabad, 16 jul (RV) – "Nós fomos oficialmente reconhecidos como Igreja Católica
no Turcomenistão. É uma grande alegria e uma grande esperança": foi o que comunicou
à agência missionária de notícias FIDES, o superior da Missio Sui Iuris no Turcomenistão,
Pe. Andrzej Madej.
Para a pequena comunidade católica do Estado centro-asiático
(100 católicos) é "uma etapa decisiva para a história da Igreja no país". Pe. Madej
recebeu, em março passado, uma comunicação do Ministério de Justiça turcomeno e do
"Conselho para as Religiões", organismo do Governo que trata dessas questões.
De
agora em diante, a Igreja é autorizada a ter "uma presença pública oficial", com todos
os benefícios que isso implica, em termos jurídicos e pastorais.
Nos próximos
dias, a partir de 17 de julho, será o núncio apostólico na Turquia e Turcomenistão,
Dom Antonio Lucibello, que visitará o país, a fim de se encontrar com os representantes
do Ministério do Exterior e do Ministério da Justiça, ratificando as etapas concluídas
e manifestando a satisfação de Santa Sé.
O núncio presidirá também, a uma
cerimônia para saudar Fr. Tomasz Kostinski, missionário que parte para a Irlanda,
e que será substituído na Missio Sui Iuri por um jovem missionário espanhol dos Oblatos
de Maria Imaculada. Além disso, da Polônia se une à comunidade o diácono Pe. Raphael
que, no próximo ano, será ordenado sacerdote.
No ex-república soviética
da Ásia Central, que conta 5 milhões de habitantes – 90% dos quais, muçulmanos – vivem
100 católicos batizados, cerca de 30 catecúmenos e um grupo de "simpatizantes da fé
cristã".
O Turcomenistão, como os demais países da Ásia central, é uma
terra de "primeira evangelização". No país não existem igrejas católicas, pois foram
destruídas pelos revolucionários soviéticos a partir de 1920. As comunidades religiosas
admitidas eram, até agora, a islâmica sunita e a Igreja Ortodoxa russa.
Há
13 anos, a Igreja Católica apresentou o pedido de registro oficial. O Ministério da
Justiça exigia que, no comando da comunidade religiosa, houvesse um cidadão turcomeno.
Mas esse obstáculo foi superado. "Hoje, nós pensamos também em pedir ao Governo a
construção da primeira igreja católica em nossa missão. Até agora construímos a igreja
de "pedras vivas"; agora, queremos edificar um templo" – ressalta Pe. Madej.
A
comunidade cristã pede para reaver a única igreja armênia que sobreviveu ao período
soviético, que se encontra no Turcomenistão, no oeste do país, em estado de quase
completa decadência, e outra igreja localizada em Serdar, hoje transformada num bar.
Os
católicos turcomenos são, na maioria, de etnia polonesa e alemã. Os fiéis católicos,
até agora, celebram a santa missa no território diplomático da Nunciatura Apostólica,
em Ashkhabat, e se encontravam em suas casas.
No país trabalham dois sacerdotes
católicos e um diácono (Missionários Oblatos de Maria Imaculada, como Pe. Madej);
não há nenhuma religiosa. (AF)