EUA: REFORMA MIGRATÓRIA EM DEBATE ENTRE POLÍTICOS E LÍDERES RELIGIOSOS
Washington, 15 jul (RV) - O tema da reforma migratória voltou ontem ao Congresso
norte-americano. Debatida em sessão, a possibilidade de uma "anistia" a doze milhões
de ilegais concentrou as disputas entre democratas, republicanos, líderes religiosos
e especialistas.
O debate de uma nova lei voltou à tona com ainda mais
força depois que o Estado do Arizona aprovou a legislação mais dura do país sobre
a imigração – lei questionada pelo governo federal.
Representantes das
maiores congregações religiosas aproveitaram a ocasião para apelar ao sentido humanitário
da reforma migratória. "Não é um assunto de republicanos ou democratas. É um assunto
entre o correto e o incorreto" – defendeu Richard Land, Presidente do Comitê de Liberdade
Religiosa e Ética da Convenção de Batistas do Sul.
Já o Bispo da Arquidiocese
de Tucson (Arizona) e Vice-Presidente da Conferência Episcopal dos EUA, Dom Gerald
F. Kicanas, denunciou um sistema migratório que não protege a vida e a dignidade das
pessoas.
Todavia, o congressista republicano pelo Estado do Iowa Steve
King, advertiu para os perigos de um enfoque "caritativo" da lei – a mesma opinião
expressa por James R. Edwards, Jr., membro do Centro de Estudos de Imigração, que
sinalizou que, em tempos de crise e desemprego, a legalização dos clandestinos não
deve ser guiada "por imperativos humanitários ou caritativos".
A disputa,
no entanto, prossegue. O representante democrata por Illinois Luis Gutiérrez declarou
que pelo menos 200 congressistas dariam seu voto à reforma migratória, mas os republicanos
não garantiram seu apoio. (BF)