Detenções no Uganda na esteira do duplo atentado reivindicado por islamistas somali
(13/7/2010) As autoridades ugandesas revelaram ter feito detenções – sem especificar
quantas – na esteira do duplo atentado de ontem, reivindicado por islamistas somalis,
em que morreram pelo menos 74 pessoas. “As detenções foram feitas depois de ter
sido encontrado um cinto de explosivos, intacto, na área de Makindye na capital do
Uganda. O duplo atentado da véspera tomou por alvo um restaurante e um clube desportivo
de Kampala, onde centenas de pessoas assistiam ao jogo da final do Campeonato do Mundo
de Futebol. Foi reivindicado pelo grupo radical islâmico Al-Shabaab, sedeado na Somália
e próximo da Al-Qaeda, com reiteradas ameaças de ataque contra o Uganda e Burundi
se estes países não tirarem da Somália as suas tropas – integradas na missão de paz
da União Africana (AMISOM).
A principal força de oposição ugandesa, o Fórum
para a Mudança Democrática (FDC) instou mesmo o Presidente, Yoweri Museveni, a dar
ordem de retirada das tropas e anunciou planos de fazer avançar essa saída do território
somali caso ganhem as eleições marcadas para o início de 2011. O porta-voz da missão
de manutenção de paz da União Africana na Somália, Barygie Ba-Hoku, garantiu que
os atentados à bomba de Kampala, no Uganda, não afectarão a permanência das tropas
internacionais destacadas para apoiar o frágil governo de Mogadíscio. Na semana
passada, os líderes da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, que representa
os sete países que forma o Corno de África, comprometeram-se com um reforço de 6000
para 8000 homens para o contingente militar na Somália. O Uganda seria responsável
pela maior parcela de tropas, e é provável que o Presidente Yoweri Museveni apele
agora aos seus contrapartes para rever essa distribuição.
O Uganda e Burundi
contribuem com cerca de 5000 soldados para a missão na Somália, concentrada na capital
Mogadíscio e frequentemente atacadas pelos militantes do Al-Shabaab, que controla
as regiões centro e sul do país e tem como objectivo impor uma versão extrema de lei
islâmica.