CUBA: PRIMEIRO GRUPO DE PRESOS POLÍTICOS CHEGA À ESPANHA
Madri, 13 jul (RV) - O primeiro grupo de presos políticos cubanos libertados
pelo Governo Raúl Castro, após negociações com a Igreja Católica e com a Chancelaria
espanhola, chegou nesta terça-feira à Espanha.
Um avião da companhia Air
Europa aterrissou no aeroporto de Barajas, em Madri, às 12h49 (7h49 de Brasília) com
os seis dissidentes soltos na segunda-feira. Outro voo, da companhia Iberia, pousou
às 12h (7h de Brasília) com mais um ex-prisioneiro cubano. Cerca de 35 parentes dos
ex-detentos também foram para a capital espanhola.
"Nós esperamos que
aqueles que continuam em Cuba consigam desfrutar da mesma liberdade que nós temos
neste momento" – disse Léster González, um dos sete dissidentes que já estão na Espanha,
lendo um comunicado do grupo. "Nossa chegada representa o começo de um novo período
para o futuro de Cuba" – acrescentou.
Além de Léster González, estavam
a bordo do voo da Air Europa Omar Ruiz, Antonio Villarreal, Julio César Gálvez, José
Luis García Paneque e Pablo Pacheco, com seus respectivos familiares. No segundo avião,
chegou à capital espanhola o dissidente Ricardo González Alfonso.
Os sete
cubanos serão recebidos por Agustín Santos, diretor de Gabinete do chanceler espanhol,
Miguel Ángel Moratinos, e sairão juntos. Até agora, outros 13 presos políticos já
aceitaram ser enviados para a Espanha, de onde poderão seguir para outros países.
Chile e EUA já ofereceram asilo político aos dissidentes libertados.
Após
negociações com o Arcebispado de Havana e com Moratinos, o Governo de Havana aceitou
libertar, segundo comunicado da Igreja, 52 presos políticos que eram remanescentes
do grupo de 75, presos em 2003, no movimento que ficou conhecida como "Primavera Negra".
Os demais 23 do grupo já haviam sido soltos. A representante em Madri
do grupo Damas de Branco, criado pelas esposas e parentes dos presos para pressionar
por sua libertação, comentou a chegada dos dissidentes a Madri.
"Eles
foram da cadeia para o avião. Sinto um misto de alegria e dor porque para viver em
liberdade alguém precisa deixar seu país" – disse Blanca Reyes.
Segundo
o líder da Comissão de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional de Cuba, Elizardo
Sanchez, pelo menos três presos pediram para permanecer na ilha.
O dissidente
cubano Guillermo Fariñas, que estava em greve de fome há quatro meses pela libertação
de presos políticos doentes, encerrou seu jejum um dia depois de as libertações terem
sido anunciadas pela Igreja. (AF)