2010-07-13 19:36:57

CUBA: PRIMEIRO GRUPO DE PRESOS POLÍTICOS CHEGA À ESPANHA


Madri, 13 jul (RV) - O primeiro grupo de presos políticos cubanos libertados pelo Governo Raúl Castro, após negociações com a Igreja Católica e com a Chancelaria espanhola, chegou nesta terça-feira à Espanha.


Um avião da companhia Air Europa aterrissou no aeroporto de Barajas, em Madri, às 12h49 (7h49 de Brasília) com os seis dissidentes soltos na segunda-feira. Outro voo, da companhia Iberia, pousou às 12h (7h de Brasília) com mais um ex-prisioneiro cubano. Cerca de 35 parentes dos ex-detentos também foram para a capital espanhola.


"Nós esperamos que aqueles que continuam em Cuba consigam desfrutar da mesma liberdade que nós temos neste momento" – disse Léster González, um dos sete dissidentes que já estão na Espanha, lendo um comunicado do grupo. "Nossa chegada representa o começo de um novo período para o futuro de Cuba" – acrescentou.


Além de Léster González, estavam a bordo do voo da Air Europa Omar Ruiz, Antonio Villarreal, Julio César Gálvez, José Luis García Paneque e Pablo Pacheco, com seus respectivos familiares. No segundo avião, chegou à capital espanhola o dissidente Ricardo González Alfonso.


Os sete cubanos serão recebidos por Agustín Santos, diretor de Gabinete do chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, e sairão juntos. Até agora, outros 13 presos políticos já aceitaram ser enviados para a Espanha, de onde poderão seguir para outros países. Chile e EUA já ofereceram asilo político aos dissidentes libertados.


Após negociações com o Arcebispado de Havana e com Moratinos, o Governo de Havana aceitou libertar, segundo comunicado da Igreja, 52 presos políticos que eram remanescentes do grupo de 75, presos em 2003, no movimento que ficou conhecida como "Primavera Negra".


Os demais 23 do grupo já haviam sido soltos. A representante em Madri do grupo Damas de Branco, criado pelas esposas e parentes dos presos para pressionar por sua libertação, comentou a chegada dos dissidentes a Madri.


"Eles foram da cadeia para o avião. Sinto um misto de alegria e dor porque para viver em liberdade alguém precisa deixar seu país" – disse Blanca Reyes.


Segundo o líder da Comissão de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional de Cuba, Elizardo Sanchez, pelo menos três presos pediram para permanecer na ilha.


O dissidente cubano Guillermo Fariñas, que estava em greve de fome há quatro meses pela libertação de presos políticos doentes, encerrou seu jejum um dia depois de as libertações terem sido anunciadas pela Igreja. (AF)
 








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