Cidade do Vaticano, 13 jul (RV) - O papel crucial da Igreja Católica no processo
de libertação dos prisioneiros políticos em Cuba foi ressaltado pelo Diretor da Sala
de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, em seu último editorial ‘Octava dies’.
“A
liberação de 52 detentos políticos em Cuba, resultado do diálogo entre a Igreja e
o governo, assim como a suspensão da greve de fome de Guillermo Fariñas, são uma boa
notícia, que nos conduz a uma reflexão: o papel crucial assumido no processo de diálogo
cubano do Cardeal Ortega y Alamino e de Dom Dionisio García, Presidente do Episcopado,
foi possível graças ao fato evidente de que a Igreja Católica está profundamente enraizada
no povo e é intérprete crível de seu espírito e expectativas”.
Padre Lombardi
escreve que “a Igreja não é uma realidade alheia, não foge em tempos de dificuldade;
carrega sofrimentos e esperanças, com dignidade e paciência, sem servilismo, mas também
sem provocar tensões ou exaltar os ânimos; ao contrário, esforçando-se sempre em abrir
caminhos à compreensão e ao diálogo”.
“De Roma, a Santa Sé acompanha e
sustenta a Igreja local com sua solidariedade espiritual e autoridade internacional.
Desde a viagem de João Paulo II, à recente visita do Cardeal-Secretário de Estado,
Tarcisio Bertone, e de Dom Dominique Mamberti, incluindo os contatos diplomáticos
no Vaticano sobre a situação em Cuba, a Santa Sé sempre se manifestou contrária ao
embargo e solidária com os sofrimentos do povo; pronta a sustentar toda perspectiva
de diálogo construtivo”.
“Que Cuba se abra ao mundo e o mundo se abra a
Cuba” - exortou João Paulo II em sua inesquecível viagem de 1998. Com paciência, importantes
progressos foram realizados nesta direção. Todos queremos que se prossiga neste caminho”
– concluiu. (CM)