Brasília, 10 jul (RV) - Prossegue, em Brasília, o 1º Congresso Missionário
de Seminaristas.
A formação intelectual dos futuros padres para uma missão
sem fronteiras, foi o tema debatido ontem e apresentado por Pe. Almir Magalhães que
indicou as armadilhas que bloqueiam a dimensão missionária.
Segundo o conferencista,
a armadilha do "fechamento em si mesmo" está ligada ao "exacerbado individualismo
da sociedade moderna e pós-moderna", transbordando para o cotidiano dos Agentes de
Pastoral, formando o individualismo grupal. "Cada movimento, grupo, pastoral e comunidades
se tornaram tarefeiros, cumpridores de tarefas. Fecham-se no seu pequeno mundo, não
olham para o lado e o pior, às vezes, se tornam competitivos", disse ele.
Sobre
a secularização, o sacerdote disse que ela só é um problema quando leva para o secularismo
"que concebe a organização da vida sem Deus, sem religião". "O desafio aqui é como
criar uma consciência pastoral-missionária numa sociedade que se constrói sem Deus",
destaca.
Em relação à religiosidade na pós-modernidade, Pe. Almir alerta para
o risco de uma religião e uma Igreja light, como conseqüência de um estilo hegemônico
que atrai as novas gerações. "A formação tanto no seminário como acadêmica, tem se
evidenciado impotente para reverter este quadro", adverte o conferencista.
O
sacerdote ressalta que é preciso colocar a formação intelectual dos seminaristas no
centro das atenções, "não como uma expressão que leve à vaidade, mas que nos qualifique
para uma compreensão e prática missionária, tanto na configuração eclesial básica
que é a Paróquia, quanto na compreensão universal, além fronteiras" – disse Pe. Almir.
O
Congresso Missionário prossegue hoje com testemunhos e com a conferência sobre a formação
pastoral-missionária dos seminaristas. Tal palestra será proferida pelo missiólogo,
Pe. Paulo Suess. (MJ⁄CNBB)