Cidade do Vaticano, 09 jul (RV) - Todo dia 9 do mês, o Programa Brasileiro
dedica um espaço ao Beato José de Anchieta. De fato, este dia, mais precisamente 9
de junho de 1597, é a data da morte do Apóstolo do Brasil.
Hoje, falaremos
do processo de canonização do Beato, que recebeu um novo impulso com a visita ao Brasil,
em maio passado, do Postulador da Companhia de Jesus, o sacerdote austríaco Pe. Anton
Witwer.
Durante cinco dias, Pe. Witwer caminhou nos passos de Anchieta, conhecendo
os lugares onde o Beato desempenhou seu apostolado....
Pe. Witwer: "Para
mim, era muito importante ver, antes de tudo, a paisagem para ter uma impressão em
quais circunstâncias José de Anchieta trabalhou. Certamente isso não pode ser notado
hoje na cidade, mas as montanhas e as colinas, essas permaneceram iguais, assim como
a praia. Queria sentir como também este ambiente certamente formou José de Anchieta.
Encontrando-se quase sempre perto do mar, ouvindo sempre este barulho das ondas..
isto é uma coisa que tranqüiliza, que faz refletir... Reflexões que levaram Anchieta
a escrever seus poemas na areia. Eu queria entender um pouco mais sobre a mentalidade
do Beato e também conhecer a situação geográfica, que é muito útil e importante.
Além
deste aspecto espiritual, a visita do Postulador da Companhia de Jesus tinha finalidades
práticas para impulsionar a causa de canonização – um anseio do episcopado brasileiro...
Pe.
Witwer: "Os bispos esperam que o Beato José de Anchieta possa ser canonizado.
E a minha responsabilidade é averiguar se existe uma devoção, no que ela consiste,
para explicar que, de qualquer maneira, é necessário um milagre para que possa ser
canonizado. Foram cinco dias plenos, visitando vários bispos, inclusive o Card. Scherer,
para falar com eles o que se pode o que se deveria fazer."
A passagem de Pe.
Witwer já produziu frutos. Ele confirmou o Pe. Cesar Augusto dos Santos como vice-postulador
da causa do Beato Anchieta. Mas na prática o que se pode fazer?
Pe. Witwer:
"Notei que José de Anchieta é para as pessoas instruídas um personagem importante
e muito conhecido. Outra situação é no que consiste uma verdadeira devoção, ou seja,
muitas pessoas que realmente pedem a intercessão Beato José de Anchieta. E, nesse
sentido, eu não vi, não senti muito. Certamente existe a devoção na celebração da
missa em homenagem a ele. Mas com os bispos eu destaquei que eles deveriam trabalhar
especialmente nos hospitais, justamente para que ele seja conhecido. E deve ser dado
aos doentes um santinho do Beato com uma oração para que possam recitar. Isso é ajuda
pastoral, mas de outro lado isso é importante para convidar as pessoas a pedirem sua
intercessão. Outra coisa: estão indicados os caminhos, os passos de Anchieta. Isso
é muito bonito, mas devem ser feitas peregrinações nesses passos, convidar as pessoas
a pequenas procissões, rezando juntas, cantando juntas até o santuário mais próximo.
Pode ser uma igreja paroquial, o que for. Não importa o local, mas fazer juntos este
caminho. Porque somente se há esta devoção nas pessoas comuns é mais provável que
daqui a alguns anos receberemos notícias de várias graças recebidas e assim se poderá
avaliar essas graças e, entre elas, ver se há algo digno que possa analisado."