CUBA: FARIÑAS TERMINA GREVE DE FOME DEPOIS DE ANÚNCIO DA IGREJA
Havana, 09 jul (RV) - O opositor cubano Guillermo Fariñas terminou ontem a
greve de fome que realizava desde o dia 24 de fevereiro após o anúncio divulgado pela
Igreja Católica da libertação de presos políticos.
O dissidente difundiu uma
nota à imprensa para explicar a sua decisão. "Comprometo-me a me curar diante de meus
irmãos. Esse confronto entre democratas e antidemocratas não tem vencedores nem vencidos.
Quem ganhou foi Cuba, nossa pátria." Fariñas terminou a greve tomando água no hospital
da cidade de Santa Clara, onde estava internado.
O jornalista começou seu
jejum em fevereiro, depois da morte do preso político Orlando Zapata, que fez 85 dias
greve de fome para protestar contra as condições das prisões cubanas. O caso atraiu
a atenção da comunidade internacional.
O Arcebispado de Havana divulgou ontem
a lista dos cinco presos políticos que seriam soltos imediatamente, precedendo a libertação
de outros 47 prisioneiros de consciência, de acordo com o compromisso assumido na
quarta-feira pelo líder Raúl Castro com o Arcebispo de Havana, Cardeal Jaime Ortega
y Alamino.
Os primeiros libertados são Antonio Villarreal, Lester González,
Luis Milán, José Luis García e Pablo Pacheco. Os 5 fazem parte do grupo de 75 jornalistas,
ativistas e dissidentes presos em 2003 na onda repressiva conhecida como Primavera
Negra.
Na quarta-feira, Raúl também se comprometeu a libertar todos os integrantes
desse grupo que ainda estão presos em "três ou quatro" meses. Além disso, até que
sejam postos em liberdade, seis presos devem ser transferidos para cadeias mais próximas
de seu local de residência. (BF)