Congo, 07 jul (RV) – Este ano, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon,
designou uma representante especial para a violência sexual em conflitos armados,
Margot Wallstrom. A sua tarefa é investigar a situação mundial dessa questão e apresentar
o relatório ao Conselho de Segurança.
Margot qualificou a República Democrática
do Congo como “a capital mundial da violação”. Segundo seus relatos, desde o início
dos conflitos no país, há 14 anos, têm havido violações sistemáticas, chegando a 200
mil o número de pessoas que sofreram violência sexual nesse período.
O atual
conflito na República Democrática do Congo tem raízes em choques étnicos e em interesses
comerciais e políticos que já levaram a ex-colônia belga a ser palco do que foi chamado
de Primeira Guerra Mundial Africana, entre 1998 e 2003.
A ONU tem no país a
MONUC, que é a Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, e dispõe
de patrulhas especiais para escoltar as mulheres aos centros de saúde e mercados.
Porém, por razões que o governo local afirma serem de soberania e de capacidade de
auto-organização, a Missão da ONU corre o risco de ser removida do país. De acordo
com a representante das Nações Unidas, várias partes do país estão instáveis e a ONU
facilita a logística para muitas organizações não governamentais que dependem dela.
Margot ainda explica que o Conselho de Segurança da ONU, que tem dedicado
mais atenção à violência contra as mulheres, deve concentrar seus esforços na República
Democrática do Congo, além da região sudanesa de Darfur e vários outros países africanos,
como Burundi, Costa do Marfim, Guiné, Haiti, Libéria, e Sudão. Ela ressalta, porém,
que a violência sexual contra a mulher não é um problema exclusivo da África. (ED)