EQUADOR: MENINOS ABANDONAM ESCOLA PARA CONTRIBUIR COM A RENDA DA FAMÍLIA
Quito, 07 jul (RV) – O trabalho infantil na América Latina é um problema social
que envolve um grande número de crianças, e está relacionado diretamente com a pobreza
da população. No Equador, os meninos abandonam a escola com mais freqüência que as
meninas. Elas, em geral, estudam e trabalham. María Cecília Pérez, especialista em
trabalho informal urbano da capital do Equador, explica essa situação pelo viés da
segurança e da oferta de trabalho. Segundo ela, as meninas são mantidas junto das
famílias, onde podem ser cuidadas e desenvolver algumas atividades produtivas. Os
meninos – ela explica – podem mover-se mais facilmente pela cidade e encontram mais
oferta de trabalho.
Nesse país sul-americano de 14,2 milhões de habitantes,
a população infantil e adolescente – para fins estatísticos, entre 5 e 17 anos – chegava,
no ano passado, a quase 4 milhões de pessoas, dos quais 9,8% trabalhavam. Dos meninos
e adolescentes, trabalhavam 12,2%, e das meninas e adolescentes pouco mais da metade
em relação aos meninos, 7,3%.
A maioria da população infantil e adolescente
trabalhadora vive nas áreas rurais, onde 17,5% trabalham em atividade não remunerada,
enquanto nas cidades a porcentagem cai para 5,1%. No Equador, a idade mínima legal
para trabalhar é de 16 anos.
Segundo especialista do Centro de Planejamento
e Estudos Sociais, Gloria Camacho, em períodos de crise e falta de emprego, as famílias
usam duas estratégias: primeiro é a mãe que sai em busca de trabalho, depois um filho.
“Os primeiros chamados a trabalhar são os filhos homens”, afirmou. (ED)