Roma, 05 jul (RV) - A beatificação do Cardeal John Henry Newman representa
um momento de reflexão para o mundo cristão e para o ecumenismo. Newman, o anglicano
que se tornou cardeal, será beatificado pela Igreja Católica.
John Henry Newman,
primeiro de seis irmãos, nasceu em Londres, no dia 21 de fevereiro de 1801, no seio
de uma família anglicana. Depois de um período de estudos em Oxford, foi ordenado
sacerdote da Igreja Anglicana, em 1824.
Sua tarefa era acompanhar a formação
cultural dos universitários, ao mesmo tempo em que se dedicava aos estudos filosóficos
e teológicos. Fundou o Oxford Movement, do qual se tornou a figura mais representativa.
Um grupo de jovens estudiosos elaborou o projeto de combater o liberalismo teológico,
vale dizer, aquela particular tendência a subestimar os direitos da fé diante das
exigências da razão.
Naqueles anos, Newman elaborou a teoria da "via de meio"
que via na Igreja Anglicana uma posição intermédia entre os excessos doutrinais do
Luteranismo de um lado e do Catolicismo romano, do outro.
Como pastor e teólogo
anglicano, Newman manteve posições tradicionalistas e foi sempre um incansável defensor
do princípio do dogmático, tanto que era considerado um dos mais destacados expoentes
da chamada "igreja alta", ou seja, a parte da Igreja Anglicana mais próxima às posições
dogmáticas católicas.
O estudo das origens do Cristianismo, publicado em 1845
com o título de "Desenvolvimento da doutrina cristã", foi fundamental para sua conversão
ao Catolicismo. Através desse estudo, ele chegou à conclusão de que a "Igreja Católica
estava, formalmente, da parte da razão".
No dia 9 de outubro de 1845 foi acolhido
na Igreja Católica. No tempo do Concílio Vaticano I (1869-70) Newman – contrariamente
ao que fez seu amigo Manning – se opôs à elaboração de um documento relativo à infalibilidade
do papa. (AF)