Cidade do México, 05 jul (RV) - Tensão e temor pelo clima de violência de cartéis
de tráfico de drogas marcaram as eleições de ontem no México. A votação para eleger
governos locais, prefeituras e assembleias regionais ocorreu em 14 dos 31 Estados
mexicanos e no distrito federal.
Vários partidos foram ameaçados por cartéis
de tráfico de drogas e na semana passada, foi assassinado o candidato do Partido Revolucionário
Institucional (PRI) ao governo de Tamaulipas, Rodolfo Torre Cantú.
A segurança
foi reforçada durante a campanha em Estados com forte presença de narcotraficantes,
como Chihuahua, Durango, Sinaloa e Tamaulipas.
Os resultados preliminares
divulgados na noite de domingo indicam a vitória do PRI.
No editorial publicado
ontem na revista ‘Desde la Fe’, a Arquidiocese do México alertou sobre “o perigo latente”
contra a participação da cidadania nas eleições em decorrência das ações do crime
organizado.
A Igreja advertiu que a democracia pode ser destruída pela violência
que impõe a 'lei da selva' e destrói as estruturas do Estado.
“As armas são
letais: a intimidação aos políticos ou inclusive o assassinato; a corrupção das instituições
e a manipulação dos processos eleitorais; a geração do medo e da insegurança” – consta
no texto do editorial.
Ante esta ameaça, sugere-se que “os mexicanos permaneçam
unidos, que não paralisem pelo medo, não deixem que o crime organizado os domine e
destrua não apenas a frágil democracia conquistada, mas também o futuro” - prossegue
o editorial.
Na missa presidida na capital, Cidade do México, o Cardeal Noberto
Rivera Carrera pediu aos fiéis orações pelos participantes do processo eleitoral nos
14 estados que elegeram representantes regionais, 12 governadores e 1.500 prefeitos.
(CM)