2010-07-04 17:12:51

PAPA: "ORAÇÃO NÃO ALIENA, MAS LIBERTA"


Sulmona, 04 jul (RV) - Após a missa presidida na praça “Garibaldi” de Sulmona, o Pontífice visitou o centro pastoral diocesano que abriga a “Casa sacerdotal”, estrutura para sacerdotes doentes e anciãos recém-reformada e inaugurada hoje por Bento XVI, de quem recebe o nome.

Nesta residência, o Papa almoçou com os bispos do regional Abruzos-Molise. Ali também saudou os membros do comitê organizador da visita e se encontrou com uma comitiva de guardas e detentos do cárcere de Sulmona, acompanhados pelo diretor e o capelão. Logo após, às 17h, Bento XVI foi a Catedral de São Pânfilo, Bispo de Sulmona no século VII, padroeiro da cidade, para um encontro com os jovens da diocese.

Chegando ao templo, o Papa se deteve em adoração diante do Santíssimo Sacramento. O Bispo Angelo Spina fez um discurso, e sucessivamente, dois jovens saudaram o Pontífice em nome do grupo. Bento XVI agradeceu e elogiou a memória dos jovens, que lhe falaram dos 25 anos da Jornada Mundial da Juventude e da atualidade de São Celestino V.

Das palavras proferidas pelos jovens, o Papa ressaltou um aspecto positivo e outro negativo. O primeiro é a sua visão cristã da vida, resultado da educação recebida da família e dos educadores. O negativo são as sombras que escurecem seu horizonte: problemas concretos que dificultam as perspectivas de um futuro sereno e otimista; assim como falsos valores e modelos ilusórios que ao invés de preencher a vida, a esvaziam.

Para encorajá-los, Bento XVI usou uma expressão jovem, dizendo-lhes que têm “uma marcha a mais”, por conservarem fortes suas raízes históricas e fazerem delas a sua “mestra de vida”. “O cristão – disse o papa – tem boa memória, ama a história e quer conhecê-la”.

Em seguida, o tema do discurso verteu para o chamado de Deus, a vocação. Para o Papa, é preciso ensinar o nosso coração a reconhecer o Senhor, a ouvi-lo como pessoa que nos está próxima e nos escuta. Se aprendermos a ouvir esta voz e a segui-la com generosidade, não teremos medo de nada, pois saberemos que Deus é Amigo, Pai e Irmão. Em síntese: o segredo da vocação é a relação com Deus, a oração.

O diálogo com Deus é garantia de verdade e liberdade, e não distrai ninguém da realidade; não aliena, mas defende do orgulho e da presunção, das modas e do conformismo. “Quem segue Ele, não tem medo de renunciar a si mesmo, pois “a quem tem Deus, nada falta” – como dizia Santa Tereza d’Avila.

O Papa convidou os jovens a adentrarem-se no caminho da santidade, que os fará mais criativos ao resolver os problemas da vida, pois o cristão não é individualista. Até a vida solitária de oração e penitência é sempre ao serviço da comunidade, jamais se contrapõe a ela. “Eremitérios e mosteiros são oásis, fontes de vida espiritual – explicou – e os monges não vivem para si, mas para os outros, para que a Igreja e a sociedade sejam sempre irrigadas de novas energias, de ações do Senhor”.

Enfim, Bento XVI citou Santo Agostinho, que por tanto tempo procurou algo que saciasse sua sede de verdade e felicidade, e no final, entendeu que nosso coração não tem paz até encontrar Deus e nEle repousar.

Concluindo, o Papa disse que deixava Sulmona contente, como um pai tranqüilo que vê que seus filhos estão crescendo bem. Pediu-lhes que continuem a amar a Igreja, nos trilhos do Evangelho, e a serem humildes e generosos.

Antes de deixar o templo, o Papa desceu à cripta para venerar as relíquias de São Pânfilo e São Celestino V. Da Catedral, Bento XVI se dirigiu ao estádio municipal, de onde partiu de helicóptero rumo à Cidade do Vaticano.

Por ocasião da visita de Bento XVI à cidade e à Diocese de Sulmona-Valva, e como expressão concreta de comunhão e afeto, as paróquias, institutos religiosos, movimentos e associações locais promoveram uma coleta com a finalidade de oferecer ao Papa um hospital na África.
(CM)







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