2010-07-02 16:37:21

PAÍSES EUROPEUS APOIAM ITÁLIA: CRUCIFIXOS NAS SALAS DE AULA


Roma, 02 jul (RV) - Dez países europeus se aliaram à Itália e participam como signatários do recurso impetrado pelo país perante o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, reivindicando o cancelamento da determinação que proíbe a presença de crucifixos nas salas de aula. A primeira audiência sobre a questão realizou-se nesta quarta-feira, na sede do tribunal, em Estrasburgo, França. Depois de três horas ouvindo as partes, os juízes comunicaram que a decisão deverá ser tomada dentro de seis meses.


Rússia, Grécia, Principado de Mônaco, San Marino, Armênia, Romênia, Bulgária, Lituânia, Malta e Chipre se associaram à Itália, na tentativa de reverter a posição adotada pelo tribunal no ano passado, a partir de uma ação impetrada por uma cidadã ítalo-filandesa, Soile Lautsi Albertin. Ela pediu à direção da escola pública de Abano Terme, em Pádua, onde estudavam seus dois filhos, que retirasse o crucifixo das salas de aula, invocando os princípios da laicidade do Estado. Depois de ver sua solicitação negada, a cidadã recorreu às instâncias judiciais italianas, onde também não obteve sucesso.


Como derradeiro recurso, Soile apelou ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, que proibiu os crucifixos em sala de aula e condenou o Estado italiano a pagar uma multa no valor de 5 mil euros.


A decisão da corte europeia foi considerada "ideológica" pela Conferência Episcopal Italiana, pois foi a primeira sentença relacionada a símbolos religiosos.


Uma pesquisa divulgada pelo jornal italiano "Corriere della Sera" demonstrou que 84% dos italianos eram contra a retirada dos crucifixos das salas de aula. O resultado da pesquisa, segundo a opinião de analistas, indica que a maioria da população italiana quer a presença do crucifixo, vendo-o não apenas como símbolo religioso, mas também como algo que remete às tradições culturais e sociais da Itália.


A Itália defende a manutenção dos crucifixos, assinalando que o Cristianismo é um pilar da identidade italiana e europeia, argumento encampado por outros países.


As autoridades italianas estão confiantes num resultado favorável. O ministro do Exterior, Franco Frattini, ressalta que se trata de uma grande batalha pela liberdade e identidade dos valores cristãos italianos. (AF)








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