Cidade do Vaticano 26 jun (RV) – É cada vez mais atual a discussão sobre o
tema da cultura digital, dentro e fora da Igreja. Um tema que diz respeito à própria
estrutura da Igreja como também aos membros e aqueles que trabalham com o mundo da
comunicação. O próprio Santo Padre na sua mensagem por ocasião do 44º Dia Mundial
das Comunicações Sociais deste ano, que se celebrou no último mês de maio, chamou
a atenção dos sacerdotes para anunciar Cristo também no mundo digital. Um tema que
“põe em primeiro plano a reflexão sobre um âmbito pastoral vasto e delicado como é
o da comunicação e o mundo digital, oferecendo ao sacerdote novas possibilidades de
realizar seu particular serviço à Palavra e da Palavra”. Os agentes de comunicação
– sejam eles clérigos ou leigos - que prestam o seu serviço nos meios de comunicação
e agora com o fenômeno do mundo digital, devem realizar um autêntico serviço dentro
desta nova cultura, que é um espaço de “busca da verdade” e que suscita comunhão entre
as pessoas. Nos dias passados o Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações
Sociais, Dom Claudio Celli reafirmava que todos devem aceitar este desafio abrindo
“espaços como o ‘pátio dos gentis’ no Templo de Jerusalém”, que sejam espaços de busca
da verdade, de aproximação ao Mistério de Deus. O mundo da comunicação teve nos
últimos anos um crescimento exponencial, e a Igreja Católica não pode ficar alheia
a isso. Podemos afirmar que cresceu o número de obras sobre a comunicação após o Concílio
Vaticano II, e isso representa de modo concreto que a Igreja toma consciência de que
sua missão é comunicação, que a comunicação suscita comunhão entre as pessoas, e que
as pessoas em comunhão atuam como fermento na massa da sociedade. Como comunicadores
devemos nos circundar com um autêntico profissionalismo, com o amor à verdade e a
integridade, com a ética do respeito e da defesa da dignidade da pessoa humana. Recentemente
o Papa convidou os meios eclesiais a integrarem o Evangelho nesta nova cultura criada
pela comunicação moderna, para poder transformar o “continente digital” com a única
Palavra que pode salvar o homem. “O uso dos meios de comunicação não tem somente
a finalidade de multiplicar o anúncio do Evangelho: trata-se de um fato muito mais
profundo porque a própria evangelização da cultura moderna depende, em grande parte,
da sua influência” (n. 37). Não é suficiente, portanto, usá-los para difundir a mensagem
cristã e o Magistério da Igreja, mas é necessário integrar a mensagem nesta ‘nova
cultura’ criada pelas modernas comunicações. As novas tecnologias estão criando
uma nova cultura, a cultural digital: O grande desafio que a Igreja deve enfrentar
hoje não é a aquisição de meios mais potentes de transmissão, mas ser capaz de dialogar
com esta nova cultura. Assim, redescobriremos que a missão da Igreja é sempre a mesma:
anunciar a Palavra de Jesus. Hoje, essas grandes redes sociais são ponto de encontro
para milhões de pessoas. (Silvonei José)