2010-06-26 17:18:22

BISPO DO PORTO: IGREJA DEV ESTAR NA "LINHA DE FRENTE" NA LUTA PELA IGUALDADE


Porto, 26 jun (RV) - O bispo do Porto, Dom Manuel Clemente, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, disse na tarde desta sexta-feira, em Fátima, Portugal, que a Igreja Católica deve estar "na linha de frente" na defesa dos princípios da igualdade, solidariedade, subsidiariedade e desenvolvimento.


Em declarações feitas durante as jornadas da Pastoral da Cultura, sobre o tema da igualdade, Dom Clemente acrescentou que esses são temas que "não se podem deixar cair". E defendeu o papel da educação como "a única maneira de quebrar o círculo da pobreza hereditária".


O bispo do Porto acrescentou que, na atual situação de desemprego e pobreza que atinge tantas pessoas, as redes sociais de vizinhança têm sido de muita ajuda às pessoas em dificuldades.


O filme A Ilha da Cova da Moura, de Rui Simões, foi exibido no início da manhã de ontem, e a experiência desse bairro da periferia de Lisboa foi tomada como exemplo, por Dom Manuel Clemente, de como a educação e a subsidiariedade podem ser importantes na mudança social.


Após a projeção do filme, Alfredo Bruto da Costa, pioneiro dos estudos sobre a pobreza em Portugal, afirmou que se vive no país, "uma cultura condescendente" com a desigualdade. "Não nos damos conta do que a igualdade significa" – acrescentou, referindo-se ao modo como são tratadas as pessoas de classes sociais consideradas inferiores, como empregadas domésticas e de profissões socialmente desqualificadas.


"Os três princípios da Revolução Francesa estão ligados entre si: só podemos ser irmãos de iguais; e somos livres na condição da igualdade" – acrescentou Alfredo Bruno da Costa.


Ao término da sessão de trabalhos, o bispo do Porto entregou, em nome do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, da Igreja Católica, o prêmio "Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes" ao Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico da Diocese de Beja.


O prêmio distingue personalidades ou instituições que se destacam no diálogo entre a fé e a cultura, e já premiou o poeta Fernando Echevarría, o sacerdote e cientista Pe. Luís Archer, o cineasta Manoel d'Oliveira, e os professores universitários Maria Helena Rocha Pereira e Adriano Moreira. (AF)







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