Lahore, 25 jun (RV) - A Comissão "Justiça e Paz" da Conferência Episcopal do
Paquistão divulgou seu Relatório Anual sobre as Minorias Religiosas no Paquistão 2009-2010.
O Relatório examina o fenômeno da discriminação social e da intolerância religiosa
que assola o país. "É um trabalho de documentação que recolhe todas as informações
sobre as difíceis condições das minorias religiosas, sobretudo dos cristãos. Os problemas
principais estão ligados à lei sobre a blasfêmia, às conversões forçadas, discriminações,
violências e ameaças à liberdade religiosa. O quadro que emerge é crítico e merece
uma grande atenção do Paquistão e outros países" – explicou o Diretor da Comissão
"Justiça e Paz", Pe. Emmanuel Yousaf Mani, em entrevista à Agência Fides.
Um
dos capítulos é dedicado aos problemas provocados pela lei sobre a blasfêmia. "Infelizmente,
os abusos são cotidianos: por isso, lançamos uma forte campanha abolicionista" – afirmou
Mani, ressaltando o apoio recebido da sociedade civil e de 95% dos muçulmanos. "Somente
uma minoria extremista é contrária e essa minoria tem o poder de condicionar e determinar
as políticas nacionais" – denunciou.
Segundo o Relatório, os abusos na lei
sobre a blasfêmia continuam a ser registrados em todo o país. Em 2009, houve 112 casos.
No total, entre 1987 (quando entrou em vigor) e 2009, 1.032 pessoas foram injustamente
acusadas.
O Relatório denuncia ainda a intolerância religiosa e a falta de
liberdade religiosa. (BF)