Cidade do Vaticano, 24 jun (RV) - Após a visita ao Instituto Dom Orione, o
Papa se deslocou ao Mosteiro Dominicano de Santa Maria do Rosário, que abriga tesouros
de arte sacra e relíquias de grande valor histórico. A visita de Bento XVI antecipa
uma data muito querida a esta comunidade: a trasladação do ícone mariano atribuído
a São Lucas Evangelista, celebrada em 27 de junho.
Por concessão pontifícia
de 1644, todas as manhãs, as monjas cantam a Lenda sobre a origem e as peregrinações
da imagem. Narra-se que os apóstolos, depois da ressurreição de Cristo, pediram a
Lucas que retratasse a Virgem.
Diz ainda a lenda que antes mesmo que o apóstolo
começasse a colorir o quadro, a imagem assumiu milagrosamente o semblante da Virgem
e a obra não resultou como um esforço humano, mas como expressão da virtude de Deus.
Bento XVI celebrando a Hora Média com as religiosas e proferiu uma homilia.
O Papa se disse muito feliz em poder rezar com as monjas de clausura aos pés
da imagem da Nossa Senhora de São Sisto. A imagem - considerada uma relíquia por ter
origens milagrosas - é definida “aqueropita”, palavra grega que indica “não feita
por mãos humanas”. Esta Nossa Senhora é a protetora dos mosteiros de Santa Maria in
Tempulo e São Sisto, em Roma.
A Hora Média é um elemento da Oração Litúrgica
que marca o ritmo do dia das irmãs de clausura e faz delas intérpretes da Igreja-Esposa
que, desta maneira, se une ao Senhor. No silêncio e na oração, as monjas encaminham-se
à santificação e à purificação pessoal e, ao mesmo tempo, realizam o apostolado de
intercessão por toda a Igreja, apresentando-a pura e santa ao Senhor.
Bento
XVI frisou que a vocação monástica é um dom sublime e gratuito e que a vida contemplativa
que as monjas receberam das mãos de São Domingos as insere no corpo místico do Senhor,
que é a Igreja.
“Assim como o coração faz circular o sangue e mantém vivo
todo o corpo, a sua existência escondida com Cristo, ritmada pelo trabalho e a oração,
contribui para sustentar a Igreja, instrumento de salvação para todos os homens redimidos
pelo Senhor com o seu Sangue”.
Bento XVI ressaltou a importância da oração
também para apresentar ao Altíssimo as necessidades espirituais e materiais de nossos
irmãos – muitos – que passam por dificuldades ou vivem vagueando sem destino, afastados
do Senhor.
“Sua renúncia aos bens terrenos significa que desejam, acima de
qualquer coisa, o bem que não tem iguais; a pérola preciosa que requer a renúncia
a tudo para ser merecida” – disse.
Citando Santo Agostinho, Santo Domingos
e Santa Catarina, o Papa concedeu a todas a sua benção. (CM)