2010-06-20 15:22:41

Crise interétnica no Quirguizistão preocupa comunidade internacional


(20/6/2010) O balanço de vítimas da crise na Ásia Central não pára de subir. A Organização Mundial de Saúde referiu o número de um milhão de afectados pelo surto de violência interétnica que estalou nas cidades de Och e Jalal-Abad, no Sul do país. E a presidente interina do Quirguizistão, Rosa Otun- baieva, no final de uma visita à região atingida, admitiu que os números oficiais de 192 mortos e 2000 feridos "tinham de ser multiplicados por dez".

Otunbaieva prometeu que se iria realizar o referendo constitucional marcado para dia 27, necessário para legitimar o poder provisório que resultou dos distúrbios de Abril, cuja repressão matou 87 pessoas. Estes protestos levaram à queda do anterior presidente, Kurmanbek Bakiev, que se refugiou na Bielorrússia. As actuais autoridades de Bishkek acusam Bakiev de ter provocado a nova vaga de violência.

Os distúrbios interétnicos começaram na semana passada e agravaram-se no fim-de-semana. Grupos de quirguizes atacaram casas e negócios da etnia minoritária usbeque. Há relatos de grande violência, dirigida a mulheres e crianças. Muitas casas foram destruídas e centenas de milhares de pessoas puseram-se em fuga.

Os novos números das agências humanitárias são impressionantes. A Organização Mundial de Saúde fala em 700 mil deslocados e 300 mil refugiados. O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, dirigido por António Guterres, tem por agora estimativas mais baixas, de 300 mil deslocados internos e 100 mil refugiados. Estes últimos estão no lado usbeque da fronteira entre Usbequistão e Quirguizistão, que não é muito distante das cidades afectadas.

Os analistas políticos temem que a instabilidade venha a ameaçar outros países desta região estratégica da Ásia.








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