Políticas de acolhimento e de solidariedade, e luta contra o racismo e a xenofobia
(19/8/2010) Igreja invoca uma gestão regularizada dos fluxos migratórios mas ao
mesmo tempo chama os governos dos países de acolhimento a assumir as próprias responsabilidades
e a encontrar soluções que não sejam apenas aquelas de um endurecimento das sanções
contra os irregulares e de um fecho mais hermético das fronteiras.
Um convite
expresso pelo presidente do conselho pontifício para os migrantes D. António Maria
Vegliò.
A ocasião para reacender a batalha da Igreja decidida a vencer a prepotência
de quem prefere o uso da força contra os emigrantes, ao amor, á compreensão e á solidariedade
é o dia mundial dos refugiados que ocorre no próximo domingo dia 20.
Uma efeméride
que neste momento – salientou nos dias passados D. Vegliò numa homilia proferida em
Santa Maria em Trastevere – assume um tom particularmente grave.
O pensamento
vai ás pessoas que perderam a vida no mar, entre as engrenagens de um comboio, ou
sufocados em containers, nos quais tantas pessoas vitimas de enormes disparidades
nas sociedades do terceiro milénio , em vão tentaram a sua viagem da esperança.
Pobres
que entram na casa do ricos sem serem convidados- disse D. Vegliò e que cometem o
delito de clandestinidade acabando ás vezes no trafico da escravatura humana.
A
Igreja condena esta situação e invoca uma gestão regularizada dos fluxos migratórios
mas ao mesmo tempo pede soluções que não se fiquem pelas declarações verbais a favor
do desenvolvimento dos países de partida destes migrantes, uma programação racional
dos fluxos de entrada regular, uma maior disponibilidade a considerar casos específicos
que exigem intervenções de protecção humanitária, para além de asilo politico.
Sem
esquecer o direito de junção familiar, garantia de coesão e de estabilidade para as
pessoas singularmente e para a sociedade. Uma prova de democracia, defende o presidente
do conselho pontifício para os migrantes que deve passar não só através de leis mas
também pelo controlo educativo e pela remoção daquele emaranhado de impulsos e actitudes
de suspeição e preconceito, também quando não acabam abertamente em xenofobia e racismo.
Sentimentos
inspirados – observou noutra sede o secretario do referido conselho pontifício D.
Agostinho Marchetto – pela idolatria de si mesmo, do próprio grupo e da própria tradição
sócio-cultural.