Washington 18 jun (RV) - Concluída a Cúpula Regional sobre Imigração das Conferências
Episcopais da América, os bispos participantes divulgaram um comunicado conjunto no
qual lançam um apelo à proteção, hospitalidade, serviço e justiça para os imigrantes.
A nota foi publicada na última terça-feira, no site da Conferência Episcopal dos EUA.
O
encontro serviu aos bispos para analisarem um leque de questões relacionadas ao tema
que a seu ver, deveriam ser tratados como problemas de nível regional: a violência,
o tráfico de drogas e de seres humanos; a necessidade de proteger imigrantes e refugiados
e de promover o desenvolvimento sustentável.
Na nota, os bispos apelam ao Congresso
e ao governo Obama para demonstrarem que os EUA são uma nação de imigrantes, e reformarem
as leis de imigração no sentido de permitir que os imigrantes, que trabalham tão arduamente
para a economia norte-americana, desfrutem de proteção legal.
Em referência
à lei recentemente promulgada no estado do Arizona, os Bispos argumentam que esta
reforma eliminaria a necessidade de leis estatais ou locais que criminalizem os imigrantes
não admitidos de maneira legal; e poria um fim às deportações que dividem as famílias.
A
Cúpula reuniu bispos dos EUA, México, Canadá, Guatemala, Honduras, Panamá, Nicarágua,
Costa Rica, Cuba, República Dominicana e Haiti, e teve a participação de Dom Antonio
Maria Vegliò, Presidente do Pontifício Conselho para os Imigrantes e Itinerantes,
e de representantes do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e do secretariado
Latino-Americano e Caribenho da Rede Caritas (SELACC).
No comunicado, datado
de 11 de junho, os bispos participantes se dizem “portadores do chamado do Santo Padre
aos organismos internacionais e nacionais para que resolvam os problemas cruciais
de segurança e desenvolvimento para o benefício de todos”. “Infelizmente, é uma realidade
que neste hemisfério, a dignidade humana dos imigrantes continua a ser violada por
sistemas governamentais ou outros, nas nações de origem, trânsito, chegada e retorno”
– denunciam.
“Imigrantes, refugiados e pessoas em busca de asilo encontram
um calvário; são maltratadas e exploradas tanto por funcionários dos governos e autoridades
policiais, como por contrabandistas e criminosos. Isto é paradoxal se considerarmos
que estes irmãos e irmãs estão tentando fugir da miséria, de desastres naturais, de
violências e perseguições”. Além disso, acrescentam que “o aumento do tráfico de seres
humanos em toda a região constitui um terrível mal, que vitima homens, mulheres, adolescentes
e crianças”.
Os bispos recordam a atuação da Igreja Católica, afirmando que
“é importante reconhecer que muitos membros da Igreja, e outras pessoas de boa vontade,
têm trabalhado com afinco para proteger os direitos dos imigrantes e lutado para que
as leis assegurem a proteção dos direitos humanos mais elementares”.
“Como
pastores de milhões de católicos neste hemisfério, temos a obrigação de defender os
direitos de todos os membros de nosso rebanho, especialmente dos mais vulneráveis”
– ressaltam, exortando “todos os fiéis das comunidades católicas a solidarizarem-se
com os imigrantes, empenhando-se por um tratamento mais justo e humano dos mesmos”. (CM)