Cidade do Vaticano, 18 jun (RV) - No próximo domingo, às 9h30 locais, Bento
XVI presidirá à santa missa na Basílica de São Pedro, na qual conferirá a ordenação
presbiteral a 14 diáconos da Diocese de Roma.
Os ordenandos são alunos do Colégio
Redemptoris Mater, do Seminário Romano Maior e do Almo Colégio Capranica, com um candidato
ao sacerdócio membro da Ordem Teutônica. Quanto à nacionalidade, dez diáconos são
italianos, ou outros são provenientes da Índia, Japão, Chile e Alemanha.
Para
uma reflexão sobre a importância deste evento, que se dá a poucos dias da conclusão
do Ano Sacerdotal, a Rádio Vaticano entrevistou o Reitor do Seminário Romano Maior,
Mons. Giovanni Tani. Eis o que disse:
Mons. Giovanni Tani:- "Encontrando-nos
na conclusão deste Ano Sacerdotal, estamos certamente fortalecidos também por um percurso
no qual o sacerdócio esteve no centro das nossas reflexões. Este ano esta atenção
foi dada de modo particular. Em nosso seminário intitulamos o Ano com uma frase do
Cura d'Ars: "O sacerdócio é o amor do coração de Jesus". O Papa, na missa conclusiva,
falou da grandeza e da beleza do sacerdócio. O texto tem sido nestes dias objeto de
reflexão por parte destes diáconos que se preparam para a ordenação, porque o Cardeal
Vallini, que lhes está propondo as reflexões dos exercícios espirituais, quis seguir
esse texto da homilia do Papa."
P. Quais são, a seu ver, os desafios mais
urgentes que estes ordenandos deverão enfrentar a partir da próxima segunda-feira?
Mons.
Giovanni Tani:- "Certamente, o mundo olha para o padre com um misto de admiração
e estupor, por um lado, e de incredulidade, por outro. Os problemas deste ano, a pedofilia,
o apego ao dinheiro nos colocam aos olhos de muitos – não digo de todos, mas certamente
de muitos – numa única realidade de pessoas pouco críveis e ambíguas. Conheço, porém,
muitas comunidades paroquiais onde há grande estima pelos sacerdotes, por aquilo que
vivem e pelo modo como vivem. Creio que o desafio maior, que nós, sacerdotes, somos
chamados a viver, seja justamente o desafio da fé. O padre e, naturalmente, todo cristão
se apóiam na força de Deus. A cultura que nos circunda esquece Deus ou procura de
certo modo torná-lo distante, dificultando assim uma experiência com o divino. O grande
desafio é a fé, uma fé que se torne fidelidade, uma fidelidade que se sustente com
a força da oração. O desafio é saber reencontrar continuamente os motivos de uma escolha
e viver essa escolha num dom de si aos outros e sem muitos cálculos." (RL)