2010-06-16 13:43:07

GAZA: "OCUPAÇÃO É FONTE DE HUMILHAÇÃO"


Gaza, 16 jun (RV) – O bloqueio da Faixa de Gaza e “a ocupação” israelense dos territórios palestinos são “fonte de humilhação para o povo” e “turbam” a vida da comunidade. É o que afirma à agência AsiaNews Padre Manawel Musallam, ex-pároco da igreja da Sagrada Família em Gaza, que acrescenta: “aqui não existem diferenças entre cristãos e muçulmanos, porque sofremos todos da mesma maneira”. O governo israelense poderia “aliviar” a pressão sobre Gaza, para dar respiro a uma população extenuada pelo bloqueio. A comunidade internacional multiplica as pressões sobre Tel Aviv, mas até agora não se registraram ações concretas. Sobre a situação na Faixa de Gaza, Padre Musallam é categórico: “estamos vivendo sob ocupação – afirma – e somente quando isso terminar a situação poderá melhorar”.

O sacerdote católico destaca que “não existem diferenças entre cristãos e muçulmanos, porque sofremos todos da mesma maneira.... sofremos enquanto povo da Palestina”. Ele esclarece que “os cristãos não recebem ameaçadas dos muçulmanos”, mas o problema está na condição de “humilhação do povo”, cuja existência foi completamente “alterada”. E lança um alarme: “faltam luz e água”. Todavia, o problema se amplia a um desenvolvimento geral dos territórios, cujo crescimento encontra-se bloqueado há anos. “O alimento não falta – continua – mas não há trabalho, portanto não se consegue ganhar o suficiente para comprar o que comer. O povo não crê no futuro”.

Padre Musallam denuncia a estratégia adotada por Israel que “se move sem confins” em Jerusalém “anexando partes do território” procurando transformar a cidade Santa em “cidade judaica”. Tel Aviv, segundo o religioso, “não leva em consideração o fato que Jerusalém é muçulmana, cristã e judaica ao mesmo tempo”.

A questão dos confins, dos refugiados palestinos, dos assentamentos judaicos são ainda problemas sem solução, que condicionam um verdadeiro caminho rumo à paz e à reconciliação. A propósito de Gaza, Padre Musallam fala de “situação impossível de se reconciliar” e por isso não é previsível pensar no “retorno dos refugiados”.

Como representante da comunidade palestina, Padre Musallam é “favorável ao diálogo” com Israel, mas “queremos ver também passos concretos para proteger a população”, e antes de tudo, “a abertura das estradas” porque o bloqueio sufocou a economia da região. Dirigindo-se à comunidade internacional, ele destaca que “temos necessidade de ações no território e não de falatório”. E acrescenta: “não podemos nos render, nem abandonar a esperança, apesar de Israel não buscar a paz”.

O sacerdote explica que “é difícil enviar sinais de esperança” e são muitos os “fatores que impedem ver a luz no fundo do túnel”. Todavia, conclui, “rezo sempre com os meus fiéis e digo que não se pode perder a esperança na paz”. (SP)







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