2010-06-13 13:08:03

CORAÇÕES AGRADECIDOS


Rio de Janeiro, 13 jun (RV) - Na maior concelebração da história de Roma, na sexta-feira, dia 11 de junho, na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Papa Bento XVI presidiu o encerramento do Ano Sacerdotal que foi proposto por ocasião da celebração dos 150 anos da morte de São João Maria Vianney, o Cura d’Ars A abertura foi na solenidade do Sagrado Coração de Jesus no ano passado e encerramos neste ano na mesma ocasião.

Para esta ocasião, tanto as Paróquias como as Dioceses prepararam celebrações especiais – aqui no Rio de Janeiro celebramos unidos na Igreja de São Pedro no sábado, dia 5 de junho, e nestes dias cada paróquia, forania ou vicariato preparou a sua solenidade. Em Roma, aconteceu a semana de encontros, retiros, conferências, seminários, muitos com transmissão direta também para o nosso país: retiro sobre o dom do sacerdócio (Basílica de São João de Latrão), Meditação/Adoração Eucarística/Confissões e Santa Missa (Presidida pelo Senhor Cardeal Cláudio Hummes, Prefeito da Congregação para o Clero); Meditação/Adoração Eucarística/Confissões, Santa Missa e Vigília na Praça de São Pedro, e a Santa Missa na “Solenidade do Sagrado Coração de Jesus”, presidida pelo Papa Bento XVI que em sua homilia iluminou o nosso tempo com suas palavras animadoras e consoladoras.

Ele recordou inclusive que esta ocasião de orações e de recolocar os grandes ideais da vida sacerdotal não agradaria ao maligno, que, ao contrário, gostaria que “Deus fosse colocado fora do mundo”. No entanto, ao comentar sobre a figura do pastor que apareceu na liturgia do Sagrado Coração de Jesus recorda que “Deus pessoalmente cuida de mim, de nós, da humanidade” e que não somos “largados sozinhos, perdidos no universo”, porque ele “conhece as suas ovelhas e elas o conhecem” e que não é um conhecimento intelectual, mas sim “interiormente”.

O Ano Sacerdotal teve como tema “Fidelidade de Cristo, Fidelidade do Sacerdote”. Dentro desta temática, o Papa Bento XVI pediu que todo o “orbe católico” rezasse pelos sacerdotes e que todos os padres meditassem mais sobre a beleza de sua vocação e do seu ministério. Assim, o modelo proposto foi o Cura d’Ars: um grande padre que teve a capacidade e a coragem de chegar a uma cidade onde a maioria das pessoas não queria compromisso com Deus e nem com a Igreja. Porém, ao longo do tempo conseguiu chamar a cidade à conversão e participação. Diante disso, sua cidade no interior da França tornou-se centro de peregrinação. Todos conhecemos o relato que diz sobre o que ia fazer ou o que via em Ars, pois aquela cidade não tinha atrativo algum: “vou lá porque quero ver Deus em um homem”. Tratava-se do então Padre João Maria Vianney.

Olhando para a figura desse grande homem, é assim que todos os sacerdotes são convidados a viver o seu ministério, ou seja: numa entrega total a Deus e a serviço do próximo. É como vemos os nossos padres: entregando de fato a sua vida para levar os outros a Deus. Quantos bons exemplos nós temos de padres que dão testemunho de fé e com o seu entusiasmo contagiam a sua comunidade paroquial! Sou testemunha disso em minhas missões a mim confiadas pela Igreja e agora, através das visitas, no conhecimento das realidades da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Por isso, como mencionei em minha primeira carta Pastoral para esta Arquidiocese, como agora, no encerramento do Ano Sacerdotal, devemos dar graças a Deus por todos aqueles que a cada dia, pelo seu testemunho, fazem reinar Cristo no mundo.

Nestes tempos de dificuldades, que costumam ser bem salientadas e difundidas de maneira global, mas também de grandes generosidades e santidade, pouco conhecidas e divulgadas, o Espírito Santo nos tem dado respostas belíssimas com as vocações que afluem aos nossos seminários e com presbíteros animados pelo Espírito Santo animados como discípulos missionários consagrando toda a vida ao serviço do Senhor. Ele continua chamando muitos jovens a uma vida totalmente dedicada a serviço de Deus e do Povo. É bom recordar a profecia do Cura d’Ars: “quando se quer destruir a religião, começa-se por atacar o padre”. Pelas notícias que serão publicadas sobre este belíssimo evento poderemos ler criticamente o viés de cada veículo e com que filtro ele passa aos seus “usuários” este momento histórico.

Ao longo deste Ano Sacerdotal realizamos várias missas, adorações, encontros, palestras, conferências, seminários, retiros. Tudo isso foi promovido para que as nossas comunidades rezassem mais pelos sacerdotes e também pedissem ao Senhor da Messe que enviasse mais missionários. Posso dizer como foi bom celebrar em nossa Arquidiocese o Ano Sacerdotal! Espero que estas iniciativas continuem, para que possamos assim rezar sempre pelos padres e também pelas vocações.

Em boa hora o querido Papa Bento XVI convocou este Ano Sacerdotal, que, se de certa forma chega ao seu final, no entanto motiva a todos para que continuemos unidos e rezando uns pelos outros, em especial unidos e rezando pelos sacerdotes e pelas vocações sacerdotais.

Milhares de padres acorreram a Roma para o encerramento deste evento marcante – que, como disse acima é uma das maiores manifestações de padres nas celebrações junto ao Santo Padre. Encontrando com muitos presbíteros durante a viagem, notei a alegria do chamado, da entrega da vida e a busca de testemunhar a beleza do seguimento de Jesus Cristo. São tempos em que o Espírito Santo faz brotar no coração destes homens de Deus o desejo de continuar vivendo alegremente suas vidas consagradas e anunciar ao mundo a alegria de ter sido escolhido para tão grande missão!

Agora continuamos a testemunhar Jesus Cristo na história, e cada um de nós é corresponsável para levar adiante aquilo que vivemos e celebramos! O tempo de oração, intercessão, testemunho continua ainda mais intenso e com ânimo renovado. Tenho certeza de que o Senhor conduz a nossa história e continuaremos com disponibilidade e alegria anunciando o Cristo Ressuscitado a todos!

Desejo a todos que neste tempo de lutas, dificuldades, incertezas, confiança, generosidade, testemunho, coragem que sempre e em todo lugar experimentem a confiança de que somos sustentados pela mão de Deus.


+ Orani João Tempesta, O. Cist,
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ







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