Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil : 215 milhões de crianças trabalham para sobreviver
(12/6/2010) O director geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan
Somavia, aproveitou hoje o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil para defender a
necessidade de “uma campanha revitalizada” contra esta realidade que afecta cerca
de 215 milhões de crianças em todo o mundo.
Enquanto milhares de pessoas desfrutam
da excitação do Campeonato Mundial de Futebol, cerca de 215 milhões de crianças trabalham
para sobreviver.
A educação e os jogos são um luxo para eles.
Os progressos relativamente ao fim do trabalho infantil estão a enfraquecer, e nós
não estamos no bom caminho para pôr fim às piores formas de trabalho infantil até
2016”, considerou Somavia.
Vamos aproveitar a inspiração do Mundial
de Futebol, e enfrentar este desafio com a energia, a boa estratégia e a determinação
para atingir este objectivo”, defende o líder da Organização Internacional do Trabalho
numa mensagem alusiva à data.
No prefácio do terceiro Relatório Global
sobre o Trabalho Infantil, Somavia defendeu a necessidade de “esforços renovados e
ampliados” para que ainda possam ser atingidos os objectivos traçados para 2016.
O
último relatório global, elaborado há quatro anos, mostrou que o trabalho infantil
estava em declínio devido à mobilização generalizada dos governos, organizações de
empregadores e de trabalhadores, empresas e consumidoreJuan Somavia reconheceu que
foram conseguidos “progressos substanciais a nível mundial” mas refere que as conclusões
do novo relatório global “são contraditórias” e suscitam motivos de preocupação.
Por
um lado apontam para um declínio do trabalho infantil entre as meninas e as crianças
envolvidas em trabalhos perigosos e por outro mostram que o trabalho infantil aumentou
no grupo etário dos 15 aos 17 anos.
O director geral da OIT considerou que
“o declínio económico não pode tornar-se uma desculpa para menor ambição e para a
inércia”, relativamente ao combate ao trabalho infantil.
Assim, para o futuro
defendeu o reforço da garantia e ampliação do acesso à educação básica universal,
a criação de uma plataforma de protecção social básica e a promoção de oportunidades
de emprego para os progenitores, de modo a evitar situações de pobreza e de trabalho
infantil.