BRASIL: DENÚNCIA PEDE INTERVENÇÃO DA ONU PARA LIBERTAR ÍNDIA PRESA
Brasília, 10 jun (RV) – O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a organização
não-governamental Justiça Global – entidades que atuam na defesa dos direitos humanos
no Brasil – enviaram, nesta quarta-feira, dia 9, à Organização das Nações Unidas (ONU),
uma denúncia acerca de uma ação de agentes da Polícia Federal contra índios da etnia
Tupinambá, no sul da Bahia. No documento, pedem a intervenção da Onu para a imediata
concessão da liberdade à índia Glicéria Tupinambá.
A índia integra a Comissão
Nacional de Política Indigenista (CNPI) e está presa desde o dia 2 de junho, sob a
alegação de ter participado do roubo de um veículo da empresa que presta serviço de
energia na região. O Cimi e a Justiça Global querem garantias de vida e de terras
para a etnia Tupinambá.
A prisão de Glicéria é relatada na denúncia enviada
nesta quarta-feira, dia 9, à Onu. Além de pedir a imediata libertação da índia, o
Cimi e a Justiça Global pedem a garantia imediata da posse do território reivindicado
pelo povo Tupinambá, com a conclusão do processo demarcatório, processo já iniciado
pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
Outro pedido feito pelas entidades
é a garantia da integridade física dos índios e que a Polícia Federal dê noções de
direitos humanos aos agentes que tratam com povos indígenas e outras minorias étnicas
No
documento, as entidades também pedem uma investigação para identificar os agentes
da Polícia Federal que teriam cometido crimes de tortura contra cinco índios Tupinambá:
Ailza Silva Barbosa, Alzenir Oliveira da Silva, Calmerindo Batista da Silva, Mário
Oliveira Barbosa e José Otávio de Freitas.
"Essa investigação é importante
para que os responsáveis possam ser julgados e responsabilizados pelo poder Judiciário"
– afirma o documento. (AF)