2010-06-09 16:30:09

Encontro internacional dos sacerdotes, por ocasião do encerramento do Ano Sacerdotal: intervenções dos cardeais Meisner e Hummes


(9/6/2010) A perda do sacramento da reconciliação é a raiz de muitos males na vida da Igreja e na vida do sacerdote. Com esta análise o card. Joaquim Meisner, arcebispo de Colónia, inaugurou esta quarta feira na Basílica de S. Paulo fora de muros o encontro internacional dos sacerdotes promovido por ocasião do encerramento do ano sacerdotal.

“Uma das perdas mais trágicas , que a nossa Igreja sofreu, na segunda metade do século XX, é a perda do Espírito Santo no sacramento da reconciliação, disse o cardeal Meisner que admoestou: Lá onde o padre já não é confessor, torna-se num agente social religioso. As maravilhas de Deus nunca acontecem sob os holofotes da historia mundial, explicou, mas realizam-se sempre de lado, e em particular no segredo do confessionário.

“Quando o padre se afasta do confessionário, entra numa grave crise de identidade, é a tese de fundo do relator que identificou o afastamento do sacramento da penitencia, como uma das causas principais da múltipla crise em que o sacerdócio se veio a encontrar nos últimos cinquenta anos.

“É necessário que nos levantemos e vamos em missão, por toda parte”, acrescentou por seu lado o card. D. Cláudio Hummes, prefeito da Congregação para o clero na homilia da Missa em S. Paulo fora de muros.

Para ele tanto a descristianização dos países de antiga evangelização, como a nova evangelização que muitas vezes deverá ser uma verdadeira primeira evangelização, além do primeiro anúncio de Jesus Cristo nos países e ambientes chamados, em sentido estrito, terras e ambientes de missão “ad gentes”, mostram a imensidade da obra missionária a ser realizada ainda. O envio de Cristo ressoa hoje para nós: “Ide por todo mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Os destinatários da missão são todos, mas de maneira particular os pobres – prosseguiu recordando que hoje são ainda centenas de milhões de seres humanos obrigados a viver em dura pobreza e até mesmo na miséria e na fome. São marginalizados e excluídos da mesa dos bens materiais, sociais, culturais e muitas vezes também da mesa dos bens espirituais. São eles os primeiros que têm o direito de receber a boa notícia de que Deus é um Pai que os ama sem reservas e que Ele não aprova as condições desumanas em que os pobres são mantidos, mas requer que também para eles os direitos humanos sejam reconhecidos, respeitados e integralmente realizados no concreto.

A evangelização e a verdadeira promoção humana não podem estar separadas - recordou o Prefeito da Congregação para o Clero – salientando com as palavras do Papa que o povo pobre das periferias urbanas ou do campo precisa sentir a proximidade da Igreja, seja no socorro das suas necessidades mais urgentes, como também na defesa dos seus direitos e na promoção comum de uma sociedade fundamentada na justiça e na paz.”

Palavra de Deus, Eucaristia e oração: segundo o carde. D. Cláudio Hummes, são estes os meios para viver e actuar a vocação sacerdotal.








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