Apelo à mobilização contra o "escândalo silencioso" que são os milhões de mortes anuais
de grávidas e recém-nascidos nos países pobres.
(9/6/2010) A conferência Women Deliver, que reúne 3500 peritos em saúde materna e
infantil de 140 países, termina hoje, quarta-feira, em Washington com apelos à mobilização
contra o "escândalo silencioso" que são os milhões de mortes anuais de grávidas e
recém-nascidos nos países pobres.
Segundo um estudo da Universidade de Washington
apresentado na conferência, o número de mulheres que morrem por problemas relacionados
com a gravidez baixou em mais de 35% nas últimas três décadas, passando de mais de
500 mil em 1980 para 343 mil em 2008.
As mortes de crianças menores de cinco
anos também são menos: em 1970 eram cerca de 16 milhões e em 2010 deverão ser 7,7
milhões, segundo o mesmo estudo.
No entanto é preciso continuar a lutar contra
este problema, disse o secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban
Ki-moon, na abertura da conferência, considerando que o número de mulheres que morrem
durante o parto nos países mais pobres é um "escândalo silencioso".
Segundo
a ONU, a mortalidade das mulheres e dos recém-nascidos tem um grande impacto na economia
mundial, já que se calcula que gera perdas de produtividade de cerca de 15 milhões
de dólares anuais.
O objectivo de Ban Ki-moon é recolher apoios para lançar
um Plano de Acção Conjunta contra a mortalidade das mulheres no parto, que integrará
diversas medidas, como o combate à malária, à tuberculose e à sida. Outras medidas
são aumentar a vacinação infantil e promover o planeamento familiar e o acesso aos
cuidados médicos. Segundo a ONU, isto custará 4,5 dólares per capita e poderá salvar
70 por cento das mulheres e 44 por cento das crianças que morrem nos partos.
A
saúde das mulheres está relacionada com o cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento
do Milénio, já que são elas quem "mantém os nossos países e sociedades unidos", disse.