Varsóvia, 07 jun (RV) - Se a “doutrina perversa do ódio e da morte” que “se
abateu sobre a sua pátria” não prevaleceu sobre o Evangelho, se deve a pessoas como
Padre Jerzy Popiełuszko, que “somente com as armas espirituais da verdade, da justiça
e da caridade, procuraram reivindicar a liberdade da sua consciência de cidadãos e
de sacerdotes”. Essas são algumas das palavras pronunciadas pelo Prefeito da Congregação
das Causas dos Santos, Dom Angelo Amato, durante a cerimônia de beatificação na manhã
de ontem em Varsóvia, Polônia, do sacerdote polonês assassinado pelo regime comunista
do seu país em 1984. Falando à Rádio Vaticano sobre o novo Beato, o Postulador da
Causa de Beatificação, Padre Tomasz Kaczmarek, assim recorda o Padre Popiełuszko: “Ele foi, e queria ser, sobretudo um pastor de almas, um sacerdote humilde,
marcado pelo sofrimento, cheio de amor que sabia olhar para os problemas do homem
com os olhos de Cristo, tocar as dores da vida com a mão de Cristo. Com o seu modo
alegre de viver o Evangelho ele sabia suscitar no povo o entusiasmo do Evangelho e
a esperança de vencer o mal com o bem. Consciente que continuando a sua obra corria
perigo de vida, repetia: «Não posso abandonar essa gente que, através da minha
voz, ouve a doutrina da Igreja, e pensar somente em mim mesmo. Devo ficar com eles
até o fim ». Dos últimos dias de sua vida, se recordam as suas palavras: «Eu
superei a barreira do terror, não tenho mais medo. Estou pronto a tudo. Eu confiei
em Deus». Com esse mesmo espírito prosseguiu o seu trabalho pastoral até o fim.
“Após
a morte de meu filho chorei muito, agora sou feliz”. São as palavras de Marianna Popieluszko,
mãe do Padre Popieluszko. À senhora Marianna, que poucos dias atrás comemorou 100
anos de idade, o Arcebispo da capital polonesa, Dom Kazimierz Nycz, dirigiu palavras
de afeto e de agradecimento “pelo filho sacerdote e mártir”: “Deus lhe concedeu a
graça de estar presente em 1984 no funeral de seu filho e agora poder se alegrar com
a sua subida à glória dos altares”. (SP)