2010-06-04 13:36:22

Chipre encruzilhada de culturas e religiões: Bento XVI, à sua chegada a Chipre, declara-se peregrino, nas pegadas de São Paulo e São Barnabé


(4/6/2010) Bento XVI iniciou esta Sexta-feira a primeira visita de um Papa a Chipre, no coração do Mediterrâneo Oriental ,um país com cerca de 25 mil católicos, pouco mais de três por cento da população, estimada em 800 mil habitantes.

Um barco empurrado pelo vento – uma das imagens do Espírito Santo –, uma vela com os contornos do país e uma rede lançada ao mar com alguns peixes já apanhados – símbolo da conversão à mensagem evangélica – constituem os elementos gráficos que ilustram a visita do Papa.

O avião que transportou Bento XVI desde Roma aterrou no aeroporto internacional de Paphos pelas 13h50 , hora local

Depois de ser saudado pelo presidente de Chipre, Demetris Christofias, e pela sua esposa, bem como pelo arcebispo ortodoxo de Chipre e comitiva, patriarcas e bispos católicos e outros dignitários, Bento XVI proferiu o primeiro discurso, ainda dentro das instalações do aeroporto.

Xairete… “Saudações! A paz esteja convosco!”

Foi em grego, língua oficial da República de Chipre, que Bento XVI iniciou o seu discurso, no aeroporto de Paphos, em resposta às boas vindas que lhe tinha dirigido o chefe de Estado cipriota. O Papa sublinhou que “Chipre constitui uma encruzilha de culturas e religiões”, de vicissitudes históricas que “conservam ainda hoje um importante impacto, visível, na vida do país”. Aludindo à recente integração do país na União Europeia, fez votos de que tal possa vir a significar um incremento de prosperidade para a população, num intercâmbio que enriqueça todos os outros países com o património espiritual e cultural que reflecte o papel histórico de Chipre, pela sua posição entre a Europa, a Ásia e a África. Numa referência velada à divisão da ilha, e às delicados esforços em curso para a superar, declarou Bento XVI:



“Que o vosso amor pela pátria e pelas vossas famílias e o desejo de viver em harmonia com os vizinhos, sob a benevolente protecção do Deus todo poderoso, possam inspirar os vossos pacientes esforços para resolver as problemas ainda em aberto, por vós partilhados juntamente com a comunidade internacional, sobre o futuro da vossa Ilha”.



Sublinhando desde já a dimensão ecuménica da viagem, o Papa apresentou-se como servo dos servos de Deus, peregrino na esteira de São Paulo e São Barnabé. Uma cordial saudação directa ao arcebispo Ortodoxo, Crisóstomo II, exprimiu desde já a sua alegria pela ocasião de se encontrar com outros líderes religiosos e numerosos fiéis ortodoxos.



“Espero poder contribuir para o reforço dos nossos elos de comunhão, reafirmando a necessidade de incrementar ainda mais a confiança recíproca e a amizade duradoura entre todos os que adoram o Deus único”.



Finalmente, uma referência à entrega, domingo, do “Instrumentum Laboris” da assembleia sinodal para o Médio Oriente, que – sublinhou – “examinará muitos aspectos da presença da Igreja na região e os desafios enfrentados pelos Católicos, por vezes em circunstâncias difíceis”.



“Chipre é um lugar apropriado para lançar esta reflexão da Igreja sobre a pluri-secular Comunidade Católica no Médio Oriente, para exprimir a nossa solidariedade com todos os cristãos da região e a nossa convicção de que têm um lugar insubstituível a desempenhar a bem da paz e da reconciliação dos povos que aí vivem”.








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