Washington, 04 jun (RV) – Conclui-se hoje em Washington, nos EUA, o encontro
de bispos das Conferências Episcopais do continente americano sobre o tema da migração.
Em
coletiva de imprensa realizada ontem, o Presidente do Comitê sobre Migração da Conferência
Episcopal dos Estados Unidos, Dom John Wester, disse que a Igreja Católica busca "formar
uma resposta pastoral e multinacional às pessoas obrigadas a migrar devido à violência
ou a dificuldades econômicas".
"No debate nos Estados Unidos sobre a migração,
com freqüência se perde de vista que se trata de um fenômeno global e não reconhecemos
as razões econômicas ou políticas que levam as pessoas a migrarem" – afirmou Dom Wester.
"Exortamos os governos de todo o continente a analisarem as causas econômicas que
estão na raiz da migração, propondo soluções humanas e duradouras para os problemas
da migração ilegal" – acrescentou. Ele recordou que não se trata somente de um problema
político, "mas é um assunto moral e humano".
O Bispo Álvaro Ramazzini Imeri,
de San Marcos (Guatemala), denunciou a situação de milhares de centro-americanos repatriados
pelos Estados Unidos, e também os seqüestros de migrantes no México. "Nós apoiamos
os esforços dos bispos nos Estados Unidos e estamos muito interessados para que se
realize uma reforma profunda e humanitária das leis da migração" – declarou.
Já
o Arcebispo de Tijuana (México), Dom Rafael Romo Muñoz, afirmou que no seu país a
migração é crítica: "Muitos de nossos cidadãos deixam o campo e essa é uma das grandes
preocupações, pois as mulheres e as crianças permanecem sem proteção, enquanto os
homens saem do país em busca de uma vida melhor". Além do mais, o México é também
um lugar de trânsito para os migrantes caribenhos e sul-americanos – o que cria situações
de confrontos e de desrespeito dos Direitos Humanos.
Dom Wester acrescentou
que seu Comitê, do qual participam bispos de 22 países, trabalha por uma regulamentação
da mão-de-obra e por um esforço continental para acabar com o tráfico de pessoas.
(BF)