2010-06-03 19:40:38

CHINA DIZ QUE MASSACRE NA PRAÇA DA PAZ CELESTIAL AJUDOU A DESENVOLVER PAÍS


Pequim, 03 jun (RV) - Às vésperas do 21º aniversário do massacre na Praça da Paz Celestial (Tian-nam-men), em Pequim, o Governo chinês voltou a afirmar que as ações repressivas foram feitas em prol do desenvolvimento do país.



"Chegamos a conclusões claras em relação ao incidente político e todas as perguntas relacionadas a ele" – disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jiang Yu, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.



"Com base na experiência das décadas passadas, o caminho escolhido pela China é adequado às condições nacionais e respeita os interesses fundamentais do povo chinês" – disse Jiang Yu.



A porta-voz limitou-se a reiterar suas respostas, diante das contínuas perguntas dos jornalistas em relação aos fatos ocorridos nos dias 3 e 4 de junho de 1989, quando morreram de 400 a três mil pessoas; o número das vítimas jamais foi esclarecido.



Nesse sentido, a organização Chinese Human Rights Defenders (CHRD) pediu a libertação dos últimos 20 presos políticos que ainda cumprem pena, por terem participado das manifestações que começaram no dia 15 de abril de 1989, quando os jovens pediam democracia e o fim da corrupção.



Segundo dados divulgados pelo CHRD, pelo menos 906 manifestantes foram presos depois do massacre, e deste total, 20 ainda estão detidos. Entre eles estão Zhu Gengsheng, Li Yujun, Yang Pu e Miao Deshun encarcerados em Pequim, onde cumprem a sentença a que foram condenados: pena de morte com suspensão, por provocarem incêndios.



A organização também exige que a polícia deixe de perseguir e deter os dissidentes que continuam reivindicando justiça para os mortos, a cada aniversário do massacre. É o caso, por exemplo, do advogado de direitos humanos Teng Biao, do jornalista Wang Debang e do ativista Yang Hai, além de uma longa lista de dissidentes.



A porta-voz chinesa também evitou responder à carta aberta enviada na quarta-feira, pela associação Mães da Praça da Paz Celestial, que reúne cerca de 100 familiares de mortos e feridos. No documento, eles pedem que o Governo publique uma lista oficial de mortos, indenize os familiares das vítimas e processe os responsáveis políticos.



O massacre da Praça da Paz Celestial é tão censurado na China, que as gerações nascidas nas décadas de '80 e '90 desconhecem totalmente que o atual regime comunista ordenou ao exército que disparasse contra centenas de estudantes desarmados, em 1989. (AF)








All the contents on this site are copyrighted ©.