Bispo do Porto salienta implicações da comunhão eucarística na atenção aos apelos
da sociedade
(3/6/2010) As implicações da comunhão eucarística na atenção aos mais desfavorecidos
estiveram no centro da homilia que D. Manuel Clemente proferiu esta manhã na missa
do Corpo de Deus.
A alocução fundamentou-se nos três “inseparáveis” significados
da expressão “Corpo de Deus”, que se refere a Jesus Cristo enquanto nascido de Maria,
à hóstia consagrada que constitui o sacramento da Eucaristia e também à Igreja enquanto
instituição formada por órgãos que, apesar de serem diferentes, contribuem para o
mesmo objectivo.
A /a> fixou-se nestas duas últimas definições,
com o prelado a lembrar que “comungar o Corpo eucarístico de Cristo tem forçosamente
de coincidir com a comunhão prática que exercitamos no seu Corpo eclesial”.
Na
missa realizada na igreja da Trindade, no Porto, D. Manuel Clemente lembrou que o
Cristo presente na hóstia consagrada é o mesmo que se ofereceu totalmente na cruz,
pelo que os fiéis que o comungam devem também fazer das suas vidas uma oferta às pessoas
“que por Ele esperam, quer o saibam quer não”, respondendo às “fomes e sedes, materiais
e espirituais de toda a ordem”.
A “unidade e solidariedade, com especial atenção
aos mais fracos e pobres”, são características indispensáveis da vida eucarística
e eclesial, e este vínculo que faz parte da identidade da Igreja deve ser manifestado
na sociedade, frisou o prelado.
Para exemplificar os efeitos que a dimensão
espiritual deve ter na actuação prática, D. Manuel Clemente aludiu à necessidade de
“as pesadas circunstâncias económicas e financeiras que nos atingem” deverem ser “ultrapassadas
por todos segundo as possibilidades de cada um e não agravando excessivamente a subsistência
daqueles que já não têm o suficiente para si e para os seus”.
O bispo do Porto
deixou uma advertência a quem recusa concretizar nos seus comportamentos quotidianos
as exigências da comunhão eucarística.