Acapulco, 02 jun (RV) - No sequência da série de declarações episcopais dos
EUA e México, agora é a vez do Arcebispado de Acapulco (México) pedir aos presidentes
do México e do Estados Unidos responsabilidade no tratamento aos migrantes. Na declaração
oficial, de 24 de maio, intitula-se “Contas pendentes entre o México e os Estados
Unidos”, a Arquidiocese trata da violência derivada do tráfico de armas.
A
Arquidiocese publicou o comunicado em concomitância com a visita do Presidente Felipe
Calderón aos Estados Unidos, vista pelos bispos como uma “oportunidade para colocar
à mesa dois pontos críticos e dolorosos que representam contas pendentes entre os
dois países: o tratamento reservado aos migrantes mexicanos e a violência no México
relacionada ao tráfico de armas provenientes de seu vizinho do norte”.
A declaração
explica que o presidente do México pediu ao Congresso dos Estados Unidos duas coisas:
uma lei que detenha o tráfico de armas daquele país para o México e a reforma na lei
do estado do Arizona.
Em relação ao tráfico de armas, a Arquidiocese constata
que “nos EUA prevalecem legislações liberais, que permitem seu comércio de modo indiscriminado,
produzindo efeitos negativos para o México”.
Sobre a lei migratória do Arizona,
os bispos explicam que “não houve um tratamento humanitário a esta questão, pois prevaleceram
critérios econômicos e pragmáticos no modo de abordar a situação de milhões de estrangeiros
ilegais mexicanos e de outros países, que entram nos EUA para buscar oportunidades
melhores de vida”.
Perante esta situação, a Arquidiocese espera uma co-responsabilidade
entre os dois governos: a Calderón requer-se uma visão mais ampla e integral da luta
contra o crime organizado, que vá além da repressão aos grupos criminosos; e a Obama,
que promova atitudes mais solidárias e responsáveis. “Seu poder deve ser exercido
não apenas do manejo de assuntos internacionais para proveito econômico ou político,
mas num maior sentido de humanidade e de apoio aos países mais pobres”. (CM)