Genebra, 1º jun (RV) - O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) lançou um apelo
à oração depois do ataque israelense à frota que transportava ajudas humanitárias
à Faixa de Gaza. No blitz, pelo menos 10 ativistas morreram, 480 foram detidos e 45
expulsos.
"É preciso unir as nossas vozes para gritar contra os sofrimentos
do povo palestino, que há 43 anos vive sob ocupação" – declarou John Calhoun, que
é o coordenador da Semana mundial de oração pela paz em Israel e na Palestina, celebrada
justamente nesses dias, de 29 de maio a 4 de junho.
"O chamado a ser agentes
de paz é o chamado à santidade" – declarou por sua vez o Secretário-Geral do CMI,
Olav Fykse Tveit, que manifestou solidariedade às pessoas que se dirigiam a Gaza para
oferecer ajuda humanitária e condenou as colônias e a ocupação, definidas verdadeiros
obstáculos a uma paz justa.
"Todas as partes em causa devem acabar com a violência"
– concluiu o Secretário-Geral, recordando que este conflito já provocou "demasiados
sofrimentos e demasiadas injustiças".
Já o pároco da Faixa de Gaza, Padre Jorge
Hernandez, decretou nesta terça-feira um dia de luto em toda a região, com manifestações
em diversos pontos da cidade de Gaza.
"O clima que se respira é pesado e os
riscos de a violência aumentar são concretos, e por isso se aconselha muita atenção
e prudência" – declarou o pároco, que manifestou apoio à iniciativa do Conselho Mundial
de Igrejas.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse estar chocado com
o número de mortos e feridos durante o incidente. Falando em Campala, Uganda, onde
se encontra em visita oficial, ele condenou a violência e pediu a realização de um
inquérito para determinar as circunstâncias do ataque. Ban disse ainda que Israel
deve fornecer com urgência uma explicação sobre o incidente.
O Conselho de
Segurança das Nações Unidas convocou uma reunião de emergência para debater a crise
desencadeada pelo ataque israelense. (BF)