2010-05-31 15:03:12

INDONÉSIA: IGREJA PREOCUPADA COM A VIOLÊNCIA


Jacarta, 31 mai (RV) – A comunidade cristã na Indonésia expressa preocupação pelo crescente clima de intolerância no país: em particular, de janeiro a maio foram cerca de 20 as igrejas objeto de ataques ou de outras formas de hostilidade, como o fechamento forçado ou a não concessão da permissão por parte das autoridades civis para a construção de novos edifícios devido a supostas irregularidades administrativas.

Sobre o problema falou-se durante um encontro entre o Subsecretário para a Democracia e os Serviços Gerais junto ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, Maria Otero, e os representantes do organismo inter-religioso Indonesian Committee on Religion for Peace (Icomrp), realizado nos dias passados em Jacarta.

O representante dos cristãos, Theophilus Bela, que também é Secretário-Geral do Indonesian Committee on Religion for Peace, apresentou uma relatório a ser submetido à atenção do Governo dos Estados Unidos sobre a difícil situação em que vivem as comunidades. “No relatório – explicou Bela – eu denunciei todos os casos de igrejas danificadas por ataques, fechadas ou que foram revogadas as permissões para a realização de funções religiosas. Além do mais, eu descrevi as dificuldades para a construção de novos edifícios de culto”.

O Secretário-Geral do Icomrp fez votos de que o dossier seja apresentado ao Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acrescentando que uma visita do Presidente Obama ao país asiático “ajudaria” a melhorar as relações entre as comunidades religiosas”, sobretudo na província de West Java, onde se concentram maiormente as tensões.

Ao apelo do representante católico se uniu a voz moderada do líder da Muhammadiyah, a segunda maior organização islâmica do país, Din Syamsuddin, que pediu aos muçulmanos “que não sejam reacionários demais”.

O Bispo de Bandung, Dom Johannes Maria Trilaksyanta Pujasumarta, em relação à situação dos cristãos na província de West Jawa, sublinhou: “Queremos viver e contribuir para tutelar a harmonia social e as religiões. Estamos conscientes de que a Indonésia tem uma Constituição que reconhece os nossos direitos e que todos devem respeitar também os grupos extremistas muçulmanos”. O bispo recordou que estão em vigor dois decretos ministeriais que pedem às autoridades provinciais que garantam a harmonia entre as comunidades religiosas, mas, acrescentou, que “muitas autoridades são alvos fáceis das pressões dos grupos fundamentalistas que se dobram às suas vontades, acolhendo as solicitações dos mesmos”. (SP)







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