Roma, 31 mai (RV) - A falta de fundos está colocando em risco as operações
de emergência no Chade, onde cerca de dois milhões de pessoas correm o risco de passar
fome, depois que a seca e a infestação de parasitas reduziram drasticamente a produção
alimentar, informa uma nota da FAO, o Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e
a Alimentação.
Nos dias passados, o Sistema Mundial de Informação da FAO denunciou,
numa alerta especial, que a situação alimentar é muito preocupante em diferentes partes
do Sahel, e que mais de 10 milhões de pessoas correm o risco de passar fome. Estima-se
que em relação a 2008 a produção de cereais no Chade caiu 34%, no Níger 30%, na Mauritânia
24% e em Burkina Fasso 17%. Também a indústria pastoril foi seriamente danificada.
A produção de alimentos para os animais no Níger é 62% inferior”, denuncia a nota.
No
Chade, no ano passado, a taxa de mortalidade bovina foi de 30%, e também no Mali se
verificou uma queda na criação de gado. A baixa da produção de cereais, as más condições
dos campos, junto com os preços dos alimentos muito elevados, “levaram ao alto risco
de insegurança alimentar e a um aumento da desnutrição” – denuncia a FAO. Estima-se
que este ano no Níger serão cerca de 2,7 milhões de pessoas que terão necessidade
de ajuda alimentar, enquanto outros 5,1 milhões de pessoas no país correm o risco
da insegurança alimentar.
No Chade, cerca de dois milhões de pessoas terão
necessidade de assistência, enquanto 258.000 pessoas deverão enfrentar uma grave insegurança
alimentar no Mali. Na Mauritânia terão necessidade de ajuda alimentar cerca de 370.000
pessoas. (SP)