CUSTÓDIO DA TERRA SANTA CONDENA BLITZ ISRAELENSE. PREOCUPAÇÃO DA SANTA SÉ
Jerusalém, 31 mai (RV) - "Uma tragédia inútil e que poderia ser evitada." Este
é o comentário do Custódio da Terra Santa, Fr. Pierbattista Pizzaballa, ao blitz da
Marinha israelense, realizada esta madrugada, a uma embarcação turca que integrava
uma frota que transportava ajuda humanitária para os palestinos na Faixa de Gaza.
Pelo menos 19 ativistas morreram e 30 ficaram feridos.
"Uma tragédia que não
ajudará o processo de paz e que não contribui para criar a atmosfera necessária para
que as negociações sejam factíveis" – denuncia o frade franciscano, acrescentando
que a comunidade internacional parece resignada diante desta situação, com pouca vontade
e desejo de entrar nesta disputa.
"Trata-se de uma situação paralisada. O que
aconteceu é um sinal evidente de que, apesar dos anúncios de negociações, os ânimos
das duas partes estão voltados somente para si e com poucas perspectivas."
Por
sua vez, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, declarou
esta manhã que se trata "de um fato muito doloroso, em especial pela inútil perda
de vidas humanas".
"O Vaticano acompanha a situação com grande atenção e preocupação"
– acrescentou o sacerdote, recordando que a Santa Sé é sempre contrária ao emprego
da violência, seja de qual parte vier, porque torna mais difícil a busca de soluções
pacíficas, que são as únicas válidas.
"O Papa, que daqui a poucos dias visitará
justamente a região do Oriente Médio, não deixará de propor novamente com constância
a mensagem da paz" – concluiu Pe. Lombardi, em referência à viagem de Bento XVI a
Chipre, de 4 a 6 de junho.
Sobre o ocorrido, há diversas explicações: os militares
israelenses afirmam que houve disparos provenientes da frota. Já os ativistas falam
de ataque ilegal em águas internacionais.
Os navios, batizados como "Frota
da Liberdade", transportavam um grupo de 750 ativistas, de várias nacionalidades,
e 10 mil toneladas de suprimentos para Gaza.
Imagens da televisão da Turquia
mostram militares invadido as embarcações. Em comunicado, o Exército de Israel afirma
que cumpriu uma ordem do governo que impede que qualquer embarcação se aproxime da
Faixa de Gaza sem entrar em contato com Israel. (BF)