2010-05-30 13:12:05

IGREJA COMPROMETIDA COM POVOS DE FRONTEIRA


Lethem, 30 mai (RV) - “Queremos assumir, no caminho da pequenez e na comunhão, o compromisso de fortalecer uma ação integrada para garantir o direito à saúde às populações destas três fronteiras”.

Este é o compromisso assumido pelas chamadas Igrejas de Fronteiras, formadas pela Guiana (Inglesa), Venezuela e Brasil, cuja reunião de três dias terminou quarta-feira, 26, na cidade de Lethem, na Guiana. O compromisso está na “Carta Mensagem” do encontro que reuniu 66 pessoas dos três países.

Estavam presentes os bispos Dom Francis Alleyne de Georgetown, na República Cooperativa da Guiana; Dom Jesus Guerrero, do Vicariato de Caroní, na Venezuela e Dom Roque Paloschi de Roraima, no Brasil, além de religiosos e leigos. A metade dos participantes era de brasileiros de Roraima e de Manaus.

A assessora da Comissão para a Amazônia, Ir. Maria Irene Lopes, participou do encontro e disse ter ficado impressionada com a pobreza na Guiana e Venezuela, especialmente na área da saúde. “Eles (Guiana e Venezuela) se apóiam muito em Roraima, especialmente na questão da saúde” - disse.

Irmã Irene visitou, em Roraima, a Casa de Saúde do Índio (Casai), que acolhe indígenas da Guiana e da Venezuela. “As condições da Casai não são boas. Numa sala pequena há mais de 30 redes, que são distribuídas aos índios conforme a etnia. A enfermaria tem apenas uma cama. Um cacique reclamou muito comigo das péssimas condições do local” - conta a religiosa.

Segundo a Irmã Irene, a migração e a comunicação também são um desafio muito forte na região. “O povo da Guiana só fala inglês. Os que vão a Roraima em busca de tratamento de saúde têm muita de dificuldade de se comunicar por causa da língua” - explica.

Para a Irmã Irene a Igreja sozinha não consegue resolver os problemas; é preciso um esforço conjunto dos três países para mudar a situação. “Se ficar só com a Igreja, a ação perde força” - disse.

Os participantes da reunião em Lethem aprovaram uma carta em que as Igrejas assumem o compromisso de organizar encontros e seminários nos três países para discutir a questão da saúde, incentivando a medicina tradicional dos povos. Uma equipe com uma pessoa de cada país foi formada para acompanhar o projeto.

“A Igreja no Brasil precisa dar mais atenção às Igrejas presentes nas fronteiras. Escutando os bispos, vi que há necessidade demais” - destaca a assessora da Comissão para a Amazônia.
(CNBB-CM)







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