Intervindo na assembleia plenária da Conferência Episcopal Italiana, Papa encoraja
Bispos na sua opção educativa. "Nunca foi fácil educar!"
Na assembleia geral da Conferência Episcopal Italiana, que decorre no Vaticano, os
Bispos de Itália decidiram assumir a educação como opção pastoral fundamental para
os próximos dez anos. Uma decisão amplamente apoiada por Bento XVI, que considera
importante fazer própria a responsabilidade das novas gerações, “com uma obra de testemunho
unitário, integral e sinérgico, que ajude a pensar, a propor e a viver a verdade,
a beleza e a bondade da experiência cristã”, dirigindo-se-lhes nesta quinta-feira:
“Não
podemos ceder ao desânimo e à resignação. Nunca foi fácil educar, mas não devemos
render-nos: seríamos infiéis ao mandato que o próprio Senhor nos confiou, chamando-nos
a apascentar com amor o seu rebanho. Despertemos, isso sim, nas nossas comunidades,
aquela paixão educativa, que não se reduz a uma didáctica, a um conjunto de técnicas
e nem sequer à transmissão de princípios áridos.
Educar é formar as novas
gerações para aprenderem a entrar em relação com o mundo, fortalecidos com uma memória
significativa, com um património interior partilhado, com a verdadeira sapiência que,
ao mesmo tempo reconhece o fim transcendente da vida, orienta o pensamento, os afectos
e o juízo”.
Os jovens – observou o Papa – levam no coração uma pergunta
de significado e de relações humanas autênticas, que os ajudem a não se sentirem sós
perante os desafios da vida. “É desejo de um futuro, tornado menos incerto por uma
companhia segura e fiável, que aborda cada um com delicadeza e respeito”.
“A
vontade de promover uma renovada estação de evangelização não esconde as feridas de
que está marcada a comunidade eclesial, pela debilidade e pelo pecado de alguns dos
seus membros. Esta humilde e dolorosa admissão, não deve, porém, fazer-nos esquecer
o serviço gratuito e apaixonado de tantos crentes, a partir dos sacerdotes. O ano
especial a eles dedicado quis constituir uma oportunidade para promover a sua renovação
interior, como condição para um mais incisivo empenho evangélico e ministerial”.
“O
que é motivo de escândalo, deve traduzir-se para nós em apelo a uma profunda necessidade
de acostumar-se de novo à penitência, de aceitar a purificação, de aprender por um
lado o perdão, e por outro lado a necessidade da justiça”.
A concluir
as suas palavras aos Bispos italianos, Bento XVI evocou a sua recente viagem a Portugal.
Afirmando levar sempre no coração “as preocupações e expectativas de cada um” dos
bispos de Itália, o Papa declarou tê-las deposto – juntamente com as de toda a humanidade
– aos pés de Nossa Senhora de Fátima. E aqui o Papa pronunciou, em conclusão, a parte
final da oração rezada no encontro com o clero, no dia 12 à tarde.
“Virgem
Mãe de Deus e nossa Mãe caríssima: Que a vossa presença faça reflorescer o deserto
das nossas solidões e brilhar o sol sobre as nossas trevas, faça voltar a calma depois
da tempestade, para que todo o homem veja a salvação do Senhor, que tem o nome e o
rosto de Jesus, reflectida nos nossos corações, para sempre unidos ao vosso! Assim
seja!