CARDEAL SARAIVA MARTINS FALA DA BEATIFICAÇÃO DOS VIDENTES DE FÁTIMA
Cidade do Vaticano, 27 mai (RV) - Em entrevista concedida ao jornal vaticano
L’Osservatore Romano, o Prefeito Emérito da Congregação para as Causas dos Santos,
o Cardeal português José Saraiva Martins, deu a conhecer uma série de detalhes até
agora desconhecidos da beatificação dos pastorzinhos videntes de Fátima, como por
exemplo a criação de uma comissão desejada pelo Papa João Paulo II que chegou à conclusão
de que as crianças efetivamente podem viver as virtudes cristãs em grau heróico.
O
Cardeal iniciou explicando que a beatificação de Jacinta e Francisco Marto, cujo décimo
aniversário coincidiu com a recente visita a Portugal do Papa Bento XVI, é “um evento
histórico porque são as primeiras crianças não mártires a serem elevadas às honras
dos altares”.
“Antes deles, de fato, não era praxe da Igreja a canonização
de crianças: pensava-se, em consideração de sua idade, que não tinham a capacidade
de praticar em grau heróico as virtudes cristãs, primeira condição para a beatificação.
Lembro-me que, em seu caso, - continuou o purpurado - verificou-se uma coisa muito
interessante: chegaram a Roma milhares de cartas de todo o mundo, não só da parte
de fiéis leigos mas também de bispos e cardeais que solicitavam a beatificação dos
pastorzinhos”, confidenciou o Cardeal.
Esta grande quantidade de solicitudes,
destacou ainda o Prefeito Emérito, “gerou uma reflexão dentro da Congregação das Causas
dos Santos. João Paulo II nomeou uma comissão de peritos – teólogos, psicólogos, pedagogos
– para examinar o problema. Logo depois de um estudo profundo, chegou-se a uma conclusão:
as crianças são capazes de praticar as virtudes cristãs, naturalmente no modo possível
para elas. Graças a esta conclusão foi possível proceder à beatificação”.
Sobre
o processo de beatificação da Irmã Lúcia, a terceira vidente que faleceu há poucos
anos atrás, o Cardeal recordou que este ainda está na fase diocesana dispensada dos
cinco anos que se deve esperar em todos os casos para o começo do mesmo depois da
morte. (SP)