Paris, 25 mai (RV) – A metade dos 14 mil sacerdotes incardinados nas dioceses
francesas tem mais de 75 anos. O dado emerge de uma pesquisa publicada no último fim
de semana pelo jornal católico francês “La Croix”. Do estudo, realizado em todas as
dioceses da França metropolitana, resulta uma média de um sacerdote a cada 5.200 habitantes,
mas com fortes diferenças de uma região para a outra. Assim, enquanto a parte norte-ocidental
do país tem um número de sacerdotes relativamente alto, no sul e no sudoeste o clero
resulta insuficiente.
Particularmente crítica é a situação nas grandes cidades.
É o caso, por exemplo, de Bordeaux e Montepellier, mas também da periferia de Paris,
com situações que chegam a ter um só sacerdote a cada 20 mil habitantes. As dioceses
procuram enfrentar essa penúria com sacerdotes não incardinados, diáconos e presbíteros
estrangeiros. Em Pontoise, por exemplo, dos 181 sacerdotes somente 62 são diocesanos,
enquanto 51 são estrangeiros, na maioria africanos ou poloneses, e 68 são religiosos.
A
idade média é muito elevada, com numerosos sacerdotes em serviço que superaram amplamente
a idade canônica da aposentadoria que é de 75 anos. O envelhecimento do clero na França
caminha ao lado com a diminuição do número de sacerdotes, passado na década de 1998
a 2008 de 26.598 a 19.640, e dos seminaristas que no mesmo período diminuíram de 1.043
a 741.
Essa situação impõe como escolha quase obrigatória dar mais espaço
aos leigos para assegurar a continuidade das comunidades cristãs, e consequentemente,
redefinir a missão do sacerdote. O problema esteve no centro da última plenária primaveril
da Conferência Episcopal francesa que dois anos atrás iniciou a trabalhar sobre a
questão em nível diocesano, não tanto para a elaboração de um plano nacional de reforma
da organização das paróquias, mas sim favorecer a partilha de experiências realizadas
em cada uma das dioceses. (SP)