2010-05-24 12:34:54

ONU: BIODIVERSIDADE ESTÁ INDO A PIQUE


Cidade do Vaticano, 24 mai (RV) - O atual processo de destruição do meio ambiente pode ser irreversível, e nossa atitude em relação ao ecossistema tem efeitos também sobre o combate à pobreza. Esta é uma das conclusões emersas no relatório publicado pela ONU em coincidência com o Dia da Biodiversidade, celebrado em 22 de maio. O documento das Nações Unidas se baseia em 110 estudos sobre a biodiversidade e aponta três ecossistemas ameaçados de danos irreparáveis; um dos quais é a Amazônia.

Além da nossa floresta tropical amazônica, a destruição dos recifes de coral teria graves consequências para todas as formas de vida na Terra, aponta o relatório. O documento (Panorama Global de Biodiversidade - Global Biodiversity Outlook ou GBO-3) adverte ainda que a redução das populações de peixes contribui para a multiplicação crescente de algas, o que poderá saturar os lagos de água doce. Por fim, o aumento da temperatura da água em todo o globo e a acidificação dos mares são graves ameaças para os recifes de coral nos trópicos.

Para o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner, “diversos países são cegos para a enorme influência da biodiversidade e o seu papel no funcionamento dos ecossistemas. Isso afeta tanto as florestas e as reservas de água potável, como o solo, os oceanos e a atmosfera. Precisamos da biodiversidade mais do que nunca em um planeta que hoje tem 6,8 bilhões de pessoas e em 2050 terá 9 bilhões” - alertou Steiner.

Enfim, o relatório conclui que a meta de reduzir significativamente a extinção de espécies até 2010, traçada por ocasião da cúpula internacional de desenvolvimento sustentável de Johanesburgo, em 2002, não foi alcançada nem de longe, por país nenhum.

Por ocasião da divulgação do documento, o Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, exigiu que o problema recebesse prioridade em todos os âmbitos e setores econômicos nos quais decisões urgentes são necessárias.

Mais de um bilhão de pessoas dependem da pesca como principal fonte de alimentação; e hoje, 80% da população de peixes está ameaçada. Do mesmo modo, cerca de 1,6 bilhão de pessoas sobrevive com a exploração da madeira; contudo, a cada ano desaparecem 13 milhões de hectares de floresta.

São Paulo recordou a data hospedando o ambientalista americano Thomas Lovejoy, diretor do Instituto John Henz e consultor do Banco Mundial para sustentabilidade, que ofereceu palestra no Palácio dos Bandeirantes.

Otimista, o cientista acredita que “é preciso encarar esses resultados como oportunidades para melhorar, estudar ainda mais a biodiversidade, criar soluções para a saúde e para a economia e encontrar uma forma de explorar a biodiversidade de forma sustentável.

Lovejoy foi o responsável pela revisão da terceira edição do estudo Global Biodiversity Outlook (GBO) em sua passagem pelo Brasil apresentou os resultados do documento, que está sendo lançado em português pelo Ministério do Meio Ambiente. (CM)







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