2010-05-24 12:22:34

IMIGRAÇÃO: O PENSAMENTO E A OBRA DA IGREJA


Cidade do Vaticano, 24 mai (RV) - Os meios de combate à discriminação e à xenofobia serão tema da 19ª sessão plenária do Pontifício Conselho para a Pastoral para os Migrantes e Itinerantes. O encontro, de 26 a 28 de maio, terá o tema “Pastoral da mobilidade hoje, no contexto da corresponsabilidade dos Estados e dos Organismos Internacionais”.

Que tipo de colaboração a Igreja pode oferecer aos Estados e organismos internacionais na gestão do fenômeno migratório? O Arcebispo Agostino Marchetto, Secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, responde:

”É preciso que os países de proveniência dos migrantes cresçam economicamente; que cada nação possa garantir uma vida digna a seus cidadãos. Já na Popolorum progressio, Papa Paulo VI pedia uma contribuição de 1% do Produto Interno Bruto para o desenvolvimento. Em 2000, a comunidade internacional falou de 0.7%. Hoje, caímos para 0.3%”.

Outra questão ressaltada pelo Arcebispo é a necessidade de colocar na prática o direito de migração, reconhecendo certamente o dever dos governos de regularizar os fluxos, mas respeitando a legislação internacional. Além disso, é preciso recordar a perspectiva avançada na Caritas in veritate, que fala do ‘bem comum universal’. Para Dom Marchetto, o dever específico da Igreja é estabelecer uma pastoral dedicada à integração destas pessoas nos países de acolhimento.

Recentemente, o Papa recordou que as nações com valores cristãos em sua Constituição devem concordar intervenções comuns para enfrentar o problema da imigração.

Para o Arcebispo, ainda resta muito a se fazer, porque em certos países, a tendência é reduzir o nível da acolhida. Graças a Deus – ressalva – existem em todas as nações pessoas engajadas, organizações, grupos, comunidades que conhecem bem a situação porque se envolvem pessoalmente e não hesitam em dar o melhor de si para receber os migrantes.

A respeito da próxima Plenária, Dom Marchetto acredita que podem emergir indicações pastorais interessantes para inverter a tendência à hostilidade:

“Espero que possamos ajudar também os bispos, mas principalmente as comunidades cristãs a conhecerem melhor a Doutrina Social da Igreja – que não é uma ideologia – e traduzi-la em respeito da segurança, mas também em caridade”.

Em síntese, o Arcebispo italiano auspicia que a reunião constitua um estímulo para olharmos “além do nosso nariz”. (CM)







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