2010-05-22 18:35:23

PAPA: CONTRA CRISE E ESPECULAÇÕES, GOVERNOS SEJAM SOLIDÁRIOS


Cidade do Vaticano, 22 mai (RV) - Bento XVI recebeu em audiência na manhã deste sábado, na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes de um Simpósio promovido em Roma pela Fundação Centesimus Annus – Pro Pontifice.

Os governos ajam com coragem contra a crise e as especulações, em favor do bem comum, e a política readquira o primado sobre as finanças: foi o apelo do Papa aos presentes, acrescentando que a privatização das religiões freia o progresso da humanidade.

"Hoje mais do que nunca – disse o Pontífice – a família humana pode crescer como sociedade livre de povos livres se a globalização for conduzida pela solidariedade e pelo bem comum, bem como pela relativa justiça social, que encontram na mensagem de Cristo e da Igreja uma fonte preciosa":

"De fato, a crise e as dificuldades sofridas no presente pelas relações internacionais, pelos Estados, pela sociedade e pela economia, são em grande parte motivadas pela carência de confiança e de uma adequada inspiração de solidariedade criativa e dinâmica voltada para o bem comum, que leve a relações autenticamente humanas de amizade, de solidariedade e de reciprocidade também dentro da atividade econômica" – frisou Bento XVI.

"O bem comum é a finalidade que dá sentido ao progresso e ao desenvolvimento, os quais, diferentemente, se limitariam apenas à produção de bens materiais; estes são necessários, mas sem a orientação voltada para o bem comum, acabam prevalecendo o consumismo, o desperdício, a pobreza e os desequilíbrios – fatores negativos para o progresso e o desenvolvimento."

O Papa ressaltou que "um dos maiores riscos" no mundo atual consiste na possibilidade de que "a interdependência de fato entre os homens e os povos não seja correspondida por uma interação ética das consciências e das inteligências, da qual possa emergir como resultado um desenvolvimento verdadeiramente humano".

Dito isso, o Santo Padre acrescentou:

"Uma tal interação, por exemplo, parece ser muito frágil por parte daqueles governos que, diante de renovados episódios de especulações irresponsáveis de países mais frágeis, não reagem com adequadas decisões de governo das finanças. A política deve ter o primado sobre as finanças e a ética deve orientar toda atividade."

O objetivo – prosseguiu o Santo Padre - é trabalhar pelo bem comum segundo uma correta hierarquia: de fato, os bens morais e espirituais são superiores aos bens materiais, cognitivos e institucionais.

Ao mesmo tempo – observou – deve-se apoiar a consolidação de sistemas constitucionais, jurídicos e administrativos nos países que ainda não gozam plenamente de tal consolidação.

Junto às ajudas econômicas, devem se colocar as ajudas finalizadas a reforçar as garantias próprias do Estado de direito; um sistema de ordem pública justo e eficiente, no pleno respeito pelos direitos humanos; bem como instituições verdadeiramente democráticas e participativas".

Trata-se de se trabalhar por um "desenvolvimento humano integral" que – na atual sociedade pluralista – deve ser conseguida com a contribuição de todos, destacou Bento XVI. (RL)







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