2010-05-22 18:48:02

DALAI LAMA "CONVERSA" COM CHINESES ATRAVÉS DO TWITTER


Nova York, 22 mai (RV) - O Dalai Lama Tenzin Gyatso, líder religioso e político tibetano exilado, conseguiu responder a perguntas de internautas chineses, usando a rede social Twitter, e mostrou que tem esperanças de melhoras na situação futura do Tibete.

Foi a primeira ocasião na qual o Prêmio Nobel da Paz-1989 manteve contato com um grupo numeroso de cidadãos da China, embora não se saiba quantas pessoas tenham conseguido acompanhar a conversa, já que o Twitter foi bloqueado pela censura oficial de Pequim.

O Dalai Lama respondeu de Nova York a algumas das mais de 1.200 perguntas que recebeu através da página, no Twitter, de Wang Lixiong, um intelectual chinês que tem postura crítica diante do regime comunista.

"Acho que num futuro não muito distante, haverá mudanças e os problemas se resolverão – afirmou o líder tibetano, que precisou utilizar respostas breves, já que o Twitter não permite mais de 140 caracteres por post.

O Dalai Lama destacou que suas críticas e suas demandas de maior autonomia para o Tibete são endereçadas aos dirigentes da China e não aos cidadãos. O Governo cria as tensões, não o povo – sublinhou ele.

Nos últimos anos, foram realizadas várias rodadas de conversações entre o Partido Comunista da China (PCCh) e representantes do Dalai Lama, embora com poucos resultados. As críticas da China contra o Dalai Lama aumentaram, depois das revoltas tibetanas de março de 2008, as piores em 20 anos, quando Pequim afirmou que pessoas próximas ao líder budista organizaram os distúrbios de maneira premeditada, aproveitando a proximidade dos Jogos Olímpicos de Pequim.

O Twitter está censurado na China há um ano, quando essa ferramenta e outras como Facebook e YouTube foram bloqueadas, coincidindo com as revoltas uigures em Xinjiang (ao norte do Tibete) e as tensões por ocasião do cinquentenário da fuga do Dalai Lama para a Índia, onde vive exilado até hoje, em Dharamsala.

No entanto, muitos cidadãos chineses conseguem driblar a censura chinesa para acessar páginas proibidas, mediante o uso de conexões privadas ou de provedores da Internet no exterior. (AF)







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