REGIONAL NORTE 2 E A IMPUNIDADE NO CASO DA IR. DOROTHY
Belém, 20 mai (RV) – Após a liberdade provisória concedida a Regivaldo Pereira
Galvão, mandante do assassinato da Ir. Dorothy Stang, movimentos sociais realizaram
uma coletiva de imprensa na sede do Regional Norte 2 da CNBB para manifestar sua indignação.
Participaram da coletiva, realizada na tarde de ontem, missionárias da Congregação
de Notre Dame (à qual a missionária norte-americana pertencia), membros do Comitê
Dorothy, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da Comissão Nacional de Direitos Humanos
da OAB.
De acordo com Mary Cohen, representante da Comissão Nacional de Direitos
Humanos da OAB, essa decisão contraria a nova realidade da Justiça: "No momento em
que não se pune uma pessoa como Regivaldo, que faz mal aos trabalhadores, está se
incentivando a proliferação de novos casos".
O membro do Comitê Dorothy, Dinaílson
Benassuly, fala que houve grande surpresa com a notícia, pois Regivaldo recebeu os
benefícios da lei somente 20 dias depois de ser condenado a 30 anos de prisão.
Dinaílson
afirma que o Comitê Dorothy não desistirá diante desse fato. "Foram cinco anos de
luta para condenar Regivaldo e agora vamos continuar lutando para manter ele na cadeia.
Sabemos que é difícil, porque ele é uma pessoa de poder aquisitivo e político, mas
temos certeza de que ele vai voltar para a cadeia e cumprirá sua pena. Esse é o nosso
trabalho, essa é a nossa meta e ela será, realmente, cumprida."
A liberdade
provisória foi concedida a Regivaldo Pereira Galvão pela desembargadora Maria de Nazaré
Golveia, do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), por meio de liminar. (BF-Regional
Norte 2)